No mundo real, contratantes ligam cada vez menos para número de seguidores. Talento, autenticidade e entrega são o que importa (Freepik)
Estrategista de Comunicação
Publicado em 2 de julho de 2025 às 11h46.
Última atualização em 2 de julho de 2025 às 11h48.
Se você ainda está obcecado por números de seguidores em 2025, preciso te contar uma verdade incômoda: você está jogando um jogo que já morreu, mas ninguém teve coragem de te contar.
Eis o primeiro dado que deveria fazer você repensar tudo: o engajamento no Instagram despencou 28% no último ano, com taxa média de míseros 0,50% (Talkwalker, 2025). Traduzindo em miúdos: de cada mil “seguidores” seus, apenas cinco realmente se importam com o que você tem a dizer.
Sim, cinco.
É como dar uma palestra em um auditório lotado onde quase todo mundo está dormindo... e finge que está acordado.
Mas calma. Ainda existe esperança até o fim desse artigo. Micro-influenciadores – aqueles com audiências menores, porém genuínas – conseguem taxas de engajamento até três vezes maiores que os “famosos” (Meltwater, 2025). Sim, menos pode ser exponencialmente mais.
Lembra do tempo em que as pessoas compravam seguidores falsos? Pois é, evoluímos. Agora temos algo mais sofisticado: o auto-engano em massa com métricas de vaidade.
O que me fascina é observar como criadores de conteúdo se tornaram servos dos próprios números. Conheço gente que acorda de madrugada para checar quantos likes o post teve. Gente que muda a personalidade inteira baseada no que “performa melhor”.
Como aquele ator de um filme que ninguém está assistindo e, ainda assim, continua representando na esperança de que alguém apareça.
No mundo real (aquele lugar estranho fora das redes sociais), contratantes ligam cada vez menos se você tem um seguidor ou cinco milhões. Talento, autenticidade e entrega são o que importa (Casting Networks, 2025).
É real: competência, felizmente, voltou a superar popularidade digital.
Enquanto egos inflados perseguem números como viciados, uma revolução silenciosa está redesenhando o jogo – e os protagonistas não são quem você imagina.
Marcas mais inteligentes descobriram o segredo: não se trata de quantos te seguem, e sim de quantos realmente confiam em você o suficiente para abrir a carteira. Quando há autenticidade envolvida, o ROI de influencer marketing pode chegar a US$ 18 para cada US$ 1 investido (Scoop Market, 2025).
Da minha parte, tenho observado isso diariamente no meu segmento: marcas que apostaram em mega-influenciadores e viram seu dinheiro virar fumaça. Outras que investiram em criadores menores, autênticos, e multiplicaram resultados.
A diferença não está no tamanho da audiência, está na qualidade da conexão.
Os Gen Z, por exemplo, entenderam esse jogo há tempos, pois não seguem números – seguem narrativas que fazem sentido para suas vidas. Compartilham feedback direto com criadores em quem confiam, criando loops genuínos de influência.
Cada vez mais, marcas conseguem mais engajamento real usando inteligência artificial (IA) em campanhas do que influenciadores humanos obcecados por métricas. Vide Marisa Maiô e tantos outros IA influencers que conseguem esquetes muito mais divertidos e festejados do que criadores de conteúdo desesperados por validação.
Conseguimos criar robôs mais autênticos que humanos. Deixe isso afundar por um momento.
A obsessão por seguidores produziu uma geração de criadores que medem autoestima em likes. O resultado? Conteúdo pasteurizado, sem personalidade, feito para agradar algoritmos em vez de conectar com humanos.
O futuro já se apresenta para quem estava prestando atenção. As marcas agora priorizam parcerias de longo prazo com criadores que constroem comunidades reais, não audiências passivas.
A matemática é implacável: autenticidade vende. Ego só vende para outros egos. 86% dos consumidores valorizam autenticidade ao decidir quem seguir (Scoop Market, 2025).
O que aprendi observando centenas de campanhas? As que funcionam de verdade não vêm do alcance. Vêm da profundidade. Não bombam pelas impressões, e sim pelas impressões duradouras. Não são sobre “quantos viram”, são sobre “quantos lembraram”.
Quem conta seguidores está literalmente contando moedas de uma moeda que perdeu valor.
A escolha é simples: continuar sendo estatística no feed de alguém ou se tornar memória na vida de alguém. Em 2025, pessoas não seguem números. Seguem quem as faz sentir algo verdadeiro.