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SP2B: tudo o que se sabe sobre o novo festival de inovação, cultura e empreendedorismo

Evento da Da20, inspirado no SXSW, terá primeira edição de 9 a 16 de agosto de 2026 e ocupará mais de 20 espaços do parque com conferências, cultura e negócios

Lançamento do SP2B, em São Paulo: ocupará mais de 20 espaços do Parque Ibirapuera no ano que vem, reunindo conferências, festivais, exposições e encontros de negócios (Divulgação/Divulgação)

Lançamento do SP2B, em São Paulo: ocupará mais de 20 espaços do Parque Ibirapuera no ano que vem, reunindo conferências, festivais, exposições e encontros de negócios (Divulgação/Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 17 de agosto de 2025 às 20h23.

O Auditório Ibirapuera recebeu neste domingo, 17, uma prévia do São Paulo Beyond Business (SP2B), evento que terá sua primeira edição oficial em agosto de 2026. Inspirado no festival South by Southwest (SXSW), que começou em Austin (EUA), o encontro de lançamento reuniu o escritor israelense Yuval Noah Harari, o ex-diretor do SXSW, Hugh Forrest, e o cantor e compositor Gilberto Gil.

Organizado pela produtora Da20, a mesma do Rio2C, o SP2B ocupará mais de 20 espaços do Parque Ibirapuera no ano que vem, reunindo conferências, festivais, exposições e encontros de negócios. O objetivo é debater o futuro das cidades e da sociedade em um contexto de transformações tecnológicas e desafios urbanos.

O evento deste domingo apresentou ao público uma versão compacta do festival. Rafael Lazarini, idealizador do SP2B, afirmou que será “um evento original de São Paulo, uma vitrine da cidade para o mundo”. Ele anunciou duas iniciativas: a entrada de Hugh Forrest na equipe de gestão e curadoria e a criação da plataforma Made in Sampa, voltada para pequenas e médias empresas.

Lazarini explicou que a proposta vai além das startups de tecnologia: “O ecossistema de empreendedorismo no Brasil vai muito além das startups tecnológicas. É a farmácia na esquina, é o restaurante da outra quadra. Essa jornada desses empreendedores é muito solitária”.

De acordo com ele, a iniciativa funcionará de forma contínua, conectando o evento físico no Ibirapuera com atividades digitais durante todo o ano.

“Essa plataforma, Made in Sampa, vai conectar online com offline, com físico e digital. Vai ter mentoria, vai ter conteúdo, e a gente espera que com isso a gente possa contribuir para que a jornada do empreendedor brasileiro seja menos solitária”, disse.

Hugh Forrest, que comandou a curadoria do SXSW por mais de três décadas, afirmou que o SP2B deve refletir a identidade da cidade.

“Não acho que o sucesso desse evento vá vir de tentar duplicar o que tínhamos em Austin e trazer para o Brasil. Em vez disso, é trabalhar com o time daqui, entender as forças desta cidade, desta comunidade, deste ecossistema, valorizar essas forças e mostrá-las ao mundo.”

Ele relembrou momentos decisivos do SXSW, como a reinvenção de Johnny Cash em 1994, o lançamento do Twitter em 2007 e a participação do presidente Barack Obama em 2016. Para Forrest, todos mostram como o evento sempre foi palco de transformação.

“O que criamos em Austin foi apoiado por uma comunidade. E o que vamos criar aqui também será. Todos terão alguma parte na construção desse evento que vai projetar São Paulo para o mundo”, afirmou.

Criatividade e conexões humanas

Forrest destacou que o SP2B deve manter o foco nas pessoas. “A importância da criatividade humana nunca foi tão grande quanto é agora. O que vamos tentar fazer com o conteúdo neste evento é ensinar, inspirar e provocar as pessoas a maximizarem seu potencial, especialmente diante das mudanças que veremos nos próximos anos, à medida que a inteligência artificial avançar.”

Ele também defendeu o valor do encontro presencial: “Temos muitas formas de conhecer pessoas virtualmente, mas é quando as pessoas se encontram em um lugar, como estamos agora, que acontecem as conexões mais significativas.”

De SP para o mundo

A iniciativa foi anunciada em março, na SP House, durante o SXSW em Austin, em evento que teve cobertura da EXAME. Na ocasião, Rafael Lazarini destacou a inspiração no festival americano e no Slush, realizado em Helsinque.

“Minha primeira participação no SXSW foi em 2007. De certa forma, buscamos replicar no Parque Ibirapuera o sentimento de conexão que vemos lá”, disse. “Não se trata apenas de tecnologia, inovação ou negócios. A proposta é discutir soluções para um futuro urbano sustentável”, acrescentou.

O projeto visa consolidar São Paulo como referência internacional em inovação e cultura, inserindo a cidade no circuito dos principais festivais globais.

“São Paulo tem um evento acontecendo a cada seis minutos. São inúmeros os projetos esportivos, culturais e de negócios que acontecem a cada ano, mas que não projetam necessariamente a cidade para fora. O SP2B vem preencher essa lacuna”, afirmou Lazarini.

Ele acrescentou que a ideia é projetar São Paulo para além do mercado financeiro. “A cidade já tem uma cena cultural vibrante, uma das melhores gastronomias do mundo e um ecossistema de inovação pulsante. O SP2B quer levar essa identidade para o mundo”, completou.

Para Marilia Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, a expectativa é de que o evento fortaleça a posição da capital como polo global. “O evento impulsionará o desenvolvimento, fortalecerá nossa posição como polo de criatividade e inovação e nos permitirá buscar soluções para os desafios do amanhã”, disse.

Tudo o que já se sabe sobre o SP2B em 2026

A primeira edição oficial do São Paulo Beyond Business (SP2B) será realizada de 9 a 16 de agosto de 2026, tendo o Parque Ibirapuera como principal sede. O festival ocupará todas as áreas do parque com conferências, festivais, exposições e encontros de negócios. A expectativa é receber 500 mil pessoas, sendo cerca de 15 mil nos eventos pagos e meio milhão nas atividades abertas ao público.

A programação prevê 26 palcos, mais de 750 painéis e 1000 horas de conteúdo, com a participação de aproximadamente 2.000 palestrantes e artistas. Entre os espaços confirmados estão o Beacon (palco principal com keynotes), o Bespoke (encontros de negócios), o Beyond (com 12 palcos temáticos sobre IA, futuro do trabalho, fintechs, saúde e energia) e ambientes como Belong, Beginning, Believe, Beauty, Beehive, Between, Beats e Beside, dedicados a cultura, ancestralidade, ética, bem-estar, música, gastronomia e experiências imersivas (veja abaixo).

Um dos dias do evento será voltado à capacitação de criadores e empreendedores periféricos, com acesso gratuito a palestras, painéis, oficinas, masterclasses e mentorias em parceria com entidades do terceiro setor. O domingo de encerramento terá o Experience Day, quando o festival abrirá suas portas ao público geral com programação gratuita, incluindo cinema ao ar livre, ativações interativas e shows.

Na frente de negócios, além da competição de pitches com premiação de até R$ 1 milhão, o SP2B deve gerar cerca de 3 mil reuniões entre investidores e empreendedores. O festival contará também com áreas exclusivas para fundadores, startups e fundos de investimento, rodadas de negócios e a presença de hubs de inovação de diferentes países.

As atividades irão extrapolar os limites do parque. Estão previstas ainda projeções mapeadas em prédios da cidade, roteiros gastronômicos, ações em comunidades e parcerias com universidades e centros de pesquisa, ampliando o alcance da experiência para além do Ibirapuera.

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Espaços temáticos

A programação contará com diversos espaços temáticos, cada um projetado para proporcionar debates e experiências imersivas em torno de diferentes aspectos da sociedade contemporânea. Confira:

Beacon (Estacionamento do MAM): Palco principal do evento, que reunirá keynotes e nomes globais para discutir inovações disruptivas e tendências que moldam o futuro.

Bespoke (Auditório do Ibirapuera): Espaço de encontros inusitados e conversas extraordinárias, promovendo conexões entre mentes brilhantes.

Beyond (Pacubra): Ponto de convergência para tecnologia, cidades, negócios e pessoas, explorando como a inovação transforma o mundo. Esse espaço abrigará 12 palcos, cada um com uma temática específica:

  • AI Next (Inteligência Artificial): Explora os impactos atuais e futuros da IA, especialmente a generativa.
  • Workshift (Futuro do Trabalho): Analisa as transformações no mercado de trabalho diante da automação e da inteligência artificial.
  • Deep Tech (Tecnologias Disruptivas): Investiga inovações de ponta que redefinem a relação entre humanos e tecnologia.
  • Edutech (Inovação na Educação): Discute tendências e avanços em tecnologia educacional.
  • Consumer Science (Ciência do Consumo): Analisa o comportamento do consumidor e tendências do mercado.
  • Lawtech (Tecnologia e Direito): Explora a interseção entre inovação e regulação jurídica.
  • Fintech (Tecnologia Financeira): Aborda o papel das fintechs no futuro do sistema financeiro.
  • Healthtech (Saúde e Tecnologia): Investiga os avanços tecnológicos na área da saúde e bem-estar.
  • E-gov (Governo Digital): Debate a transformação digital no setor público.
  • Energy (Transição Energética): Explora desafios e oportunidades na inovação energética.
  • City Innovation (Cidades Inteligentes): Discute soluções para mobilidade urbana e infraestrutura conectada.
  • Agritech | Foodtech (Agrotecnologia e Alimentação): Apresenta inovações na produção agrícola e segurança alimentar.

Belong (Oca): Ambiente que integra arte, cultura e tecnologia, promovendo experiências imersivas e debates sobre o impacto cultural da inovação.

Beginning (Museu Afro): Espaço dedicado à humanidade, ancestralidade e tecnologia, com sessões sobre o impacto dos valores humanos na inovação.

Believe (Planetário do Ibirapuera): Reflexões sobre ética, filosofia, sociologia e tecnologia.

Beauty (Serraria): Espaço voltado ao bem-estar e à conexão entre saúde, beleza e inovação, com experiências sobre corpo e mente.

Beside (Jardim do Auditório): Palco de entretenimento, com ativações e shows no Jardim do Auditório do Ibirapuera.

Beehive (Marquise do Ibirapuera): Espaço de conexão entre startups, investidores e empreendedores, simbolizando colaboração e prosperidade.

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