Projeção digital da SP House 2026, que ocupará 2.200 m² em novo endereço na Congress Avenue, em Austin, durante o SXSW (Divulgação)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 14h13.
Última atualização em 3 de novembro de 2025 às 15h41.
A SP House, iniciativa do governo de São Paulo no South by Southwest (SXSW), retorna em 2026 com novo endereço, estrutura ampliada e mais espaço para marcas, público e experiências — deixando o antigo ponto em frente ao Centro de Convenções de Austin, atualmente fechado para reformas.
A iniciativa, que se tornou um dos principais pontos de encontro da delegação brasileira no festival, ocupará 2.200 m², quase o dobro da metragem deste ano, que foi de 1.200 m², e poderá receber 600 pessoas simultaneamente e 4 mil visitantes por dia.
A mudança acompanha a própria reconfiguração do SXSW, que será realizado de 12 a 18 de março de 2026 em um formato mais descentralizado, espalhando suas ativações pela região central da cidade.
A SP House funcionará de 13 a 16 de março, na esquina da Congress Avenue com a 3rd Street, onde em 2025 funcionou o Museu do Futuro de Dubai, em frente ao hotel Marriott, que costuma receber as principais palestras do evento.
“Fila não é sinônimo de sucesso, é sinal de que precisamos receber melhor o público. Com a nova estrutura, teremos mais conforto e mais espaço para as pessoas viverem a experiência completa”, diz Marília Marton, secretária de Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo, em entrevista a EXAME.
A SP House 2026 será montada em formato de containers, compondo um complexo modular que busca expressar a diversidade e a conexão características de São Paulo. A estrutura permitirá maior circulação e diferentes tipos de experiências, de painéis e ativações a shows e produções audiovisuais.
Entre os espaços previstos estão:
“O SXSW unificou os blocos de inovação e música. Isso permite que a SP House tenha apresentações artísticas durante todo o dia, e não apenas à noite como antes”, detalha Marton.
A fachada da casa também será reformulada, combinando grafite e painéis de LED. Inspirada no Beco do Batman, um dos principais pontos de arte urbana de São Paulo, a entrada terá uma instalação coletiva assinada por diferentes artistas.
“Estamos imaginando uma aplicação de arte urbana que remeta ao Beco do Batman. A ideia é que a arte ganhe movimento, combinando pintura e tecnologia”, diz Marton.
Em 2025, a fachada da SP House foi assinada pela grafiteira Carolina “Afolego”, de Mauá, e encerrou o evento com a instalação “We are that and much more”, que projetava retratos dos visitantes na entrada da casa — conceito que agora será expandido para reforçar o tema We Are Borderless.
O tema de 2026 será “We Are Borderless – Não temos fronteiras”, conceito que, segundo Marton, traduz a ideia de São Paulo como um espaço aberto, diverso e sem barreiras. “São Paulo é todo mundo. Queremos reforçar essa noção de cidade sem fronteiras, que transborda”, diz.
A curadoria dos talks será feita por chamamento público, e há expectativa de que a casa assuma uma ou duas palestras oficiais do SXSW, integrando-se ao circuito oficial do festival.
A programação seguirá com painéis sobre inovação, sustentabilidade, música, economia criativa e impacto social, além de encontros corporativos no Business Pavilion, voltado para rodadas de negócios e networking.
Na área musical, a secretaria deve repetir o modelo de parcerias com gravadoras — em 2024, com a Som Livre, e em 2025, com a Billboard Brasil.
Até o momento, estão confirmadas as parcerias com a Sabesp e a Prefeitura de São Paulo. Outras empresas estão em fase de prospecção e devem ser anunciadas até dezembro. O orçamento total está estimado entre R$ 12 milhões e R$ 14 milhões, com recursos provenientes do governo estadual, da prefeitura e de patrocinadores privados.
“Ainda estamos na fase de aprovação de contratos nas marcas. Até dezembro devemos ter a lista final de patrocinadores”, afirma Marton.
A SP House é organizada pela Secretaria de Cultura, Economia e Indústrias Criativas, em parceria com a InvestSP e a Prefeitura de São Paulo. Segundo Marton, a ampliação permitirá envolver novas marcas e atrair outros estados brasileiros interessados em participar da programação.
Em 2025, a iniciativa recebeu 15 mil visitantes de 64 países e movimentou R$ 172 milhões em negócios gerados ou iniciados durante o evento, segundo a Secretaria. Para 2026, a expectativa é manter o crescimento e ampliar o número de países representados.
“O terceiro ano traz um grau de confiança maior. O SXSW começa a enxergar o Brasil de forma mais profissional e estruturada”, diz Marton.
Segundo a executiva, também há conversas para parcerias com outras casas internacionais — como a UK House, uma das mais tradicionais do festival — e diálogo com outros estados brasileiros interessados em integrar o projeto, embora ainda sem acordos formalizados.
“A SP House deixou de ser apenas um projeto do Estado. É das agências, das universidades, das marcas e do mercado. Nossa missão é garantir que ela continue existindo além de nomes e gestões”, afirma a secretária.
Desde sua estreia, a SP House vem ampliando o público e a programação: