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A estratégia da Direcional (DIRR3) para turbinar a Riva e crescer no faixa 4

Incorporadora trouxe sócio minoritário para a subsidiária voltada a renda média, destravando valor e ganhando mais flexibilidade no negócio, afirma o CEO Ricardo Gontijo

Riva: subsidiária da Direcional, a incorporadora nasceu para atender o público que não era atendido pelo  Minha Casa, Minha Vida (Direcional/Divulgação)

Riva: subsidiária da Direcional, a incorporadora nasceu para atender o público que não era atendido pelo Minha Casa, Minha Vida (Direcional/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 11 de junho de 2025 às 11h14.

Última atualização em 12 de junho de 2025 às 23h10.

Em dezembro do ano passado, a Direcional (DIRR3) anunciou a venda de 7,55% da Riva, sua incorporadora criada para operar num segmento um pouco acima do Minha Casa Minha Vida, o core da construtora que nasceu em Belo Horizonte.

O comprador foi a gestora Riza, especializada em crédito e agronegócio, que topou pagar R$ 200 milhões pela fatia, que pode dobrar, por preço equivalente, e chegar a 15% até outubro deste ano. Neste mês, a Riza já anunciou que chegou a 9,98% do capital.

A transação foi feita antes do anúncio da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, que acabou incluindo o público atendido pela Riva também dentro do programa habitacional.  (A incorporadora atende clientes com renda familiar de até R$ 12 mil, com apartamentos com preços na faixa dos R$ 500 mil.)

Nesse sentido, a movimentação permite reforçar a estrutura da Riva. A venda foi secundária – ou seja, os recursos vão para a Direcional --, mas a flexibilidade trazida pelo parceiro é uma alavanca para novos negócios.

“Nosso sócio tem em torno de R$ 15 bilhões de reais sob gestão, com diferentes estratégias, tornando a Riva mais completa na capacidade de viabilizar negócios onde sozinha, ou isoladamente, não teria”, afirma Ricardo Gontijo, CEO da Direcional. A Riza pode, por exemplo, adquirir terrenos e permutar estes terrenos com a Riva, diz ele.

No ano passado, a Riva vendeu pouco mais de R$ 2,7 bilhões. A Direcional, no todo, vendeu R$ 6,3 bilhões. Quanto ao volume lançado, R$ 5,7 bilhões foram de Direcional e R$ 2,4 bilhões da subsidiária.

Com a nova faixa de MCMV, a expectativa para 2025 fica ainda maior.

Segundo o CEO, “havendo o incremento da demanda do lado de lá [pelo Minha Casa, Minha Vida], temos do lado de cá um número alto de projetos em aprovação que se enquadram neste segmento”.

Segundo analistas da XP Investimentos, o momento de demanda pode impulsionar a expansão da Riva, com os lançamentos crescendo 17% em 2025 e 15% em 2026.

Consequentemente, a equipe do banco revisou as estimativas de lançamentos da Direcional para cima, para R$ 7 bilhões em 2025 e R$ 7,6 bilhões em 2026.

Gontijo não dá guidance, mas dá a entender que o número faz sentido. “Temos um banco (de terrenos) de mais de R$ 400 milhões”, afirma.

A oferta da Riza pela Riva também ajudou a mostrar o valor da incorporadora que a Direcional tinha dentro de casa.

Segundo um gestor que acompanha de perto a companhia, quando a transação foi feita, em dezembro, ela avaliou a Riva em cerca de 7 a 8 vezes o lucro da incorporadora – acima das 5 vezes pela qual a Direcional era negociada em bolsa.

A tese é que a capacidade de Direcional de usar seu método construtivo voltado para o MCMV tradicional em outras faixas com tíquete maior ajuda a turbinar as margens.

Na prática, a operação atribuía um valuation de R$ 2,6 bilhões à Riva, na época ou mais da metade do valor de mercado de toda a Direcional, de R$ 5,1 bilhões.

Desde então, com a perspectiva do fim de ciclo de aperto monetário e a retomada de algum fôlego na Bolsa, especialmente para os papéis cíclicos, as ações da Direcional deram uma pernada de quase 40%, levando sua relação entre preço e lucro para as cerca de 7 vezes, mais próximo da transação.

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