Mercado Imobiliário

Patrocínio:

Design sem nome (1)

Apesar da Selic, mercado imobiliário tem primeiro tri resiliente — muito por causa do MCMV

Com a nova faixa 4 do programa habitacional, o desafio passa a ser manter a oferta na mesma velocidade da demanda, afirma CBIC

Principal responsável pela resiliência nas vendas e nos lançamentos no primeiro trimestre de 2025 tem nome: Minha Casa, Minha Vida (MCMV). (Geraldo Magela/Agência Senado)

Principal responsável pela resiliência nas vendas e nos lançamentos no primeiro trimestre de 2025 tem nome: Minha Casa, Minha Vida (MCMV). (Geraldo Magela/Agência Senado)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 19 de maio de 2025 às 10h30.

A despeito dos juros elevados, o mercado imobiliário segue resiliente. E o principal responsável pela resiliência nas vendas e nos lançamentos no primeiro trimestre de 2025 tem nome: Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Entre janeiro e março, foram vendidas mais de 102 mil unidades residenciais numa amostragem de 221 cidades em todo o Brasil. Isso representa um crescimento de 15,7% em relação ao mesmo período de 2024. Já os lançamentos totalizaram quase 85 mil unidades, alta de 15,1% na comparação anual. Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira, 19, pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

O volume total lançado nos últimos 12 meses chegou a quase 408 mil unidades, e as vendas acumuladas no período atingiram mais de 418 mil unidades — um aumento de 22,5% em relação ao ano anterior. Já a oferta final de imóveis caiu 4,6%, para pouco menos de 288 mil unidades, sinalizando uma forte absorção pelo mercado.

O levantamento faz parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, desenvolvido em parceria com a Brain Inteligência Estratégica e integra o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, realizado pela CII/CBIC com o Sesi (Serviço Social da Indústria).

O protagonismo do Minha Casa, Minha Vida

Todo o cenário teve como protagonista o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Ele respondeu por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período, com crescimento de 40,9% nas vendas e de 31,7% nos lançamentos em relação ao primeiro trimestre de 2024.

“Ao todo, o tempo médio de escoamento da oferta no programa caiu para 6 meses e meio, sinal de forte procura”, afirma Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain.

A maior presença do MCMV se deu devido às condições de crédito mais acessíveis, com juros reais próximos de zero, e pelo aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais.

A queda na oferta geral, que caiu 5,5% em relação ao trimestre anterior, reflete uma combinação entre aumento nas vendas e redução no ritmo de lançamentos fora do programa social.

“Mesmo assim, o setor opera com estoque equilibrado, suficiente para atender à demanda pelos próximos oito meses, caso não haja novos lançamentos”, explica o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC e presidente da Comissão de Indústria Imobiliária da entidade, Ely Wertheim.

Os preços médios dos imóveis, por sua vez, tiveram leve alta de 1,9% no trimestre, acompanhando a variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) no período. Isso significa que, mesmo com a pressão inflacionária do setor de materiais, houve estabilidade nos valores praticados.

A projeção é que o mercado imobiliário se mantenha em patamar elevado ao longo de 2025, especialmente com a criação da faixa 4 do MCMV e a continuidade dos financiamentos via FGTS e poupança.

O desafio, no entanto, está na capacidade de manter a oferta na mesma velocidade da demanda, especialmente no segmento popular.

Acompanhe tudo sobre:Mercado imobiliário

Mais de Mercado Imobiliário

Casa onde Papa Leão XIV viveu a infância vai a leilão por mais de R$ 1,4 milhão

Como unificar dois ou mais imóveis (terrenos ou edificações) em uma única matrícula?

O que é e como emitir a certidão negativa de débito municipal de imóvel

Como emitir e para que serve a certidão de regularidade fiscal do imóvel