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Comprar uma casa para alugar ainda vale apena? Pesquisa traz insights sobre investimento em imóveis

Transações como investimento mostraram uma diminuição significativa, passando de 49% em janeiro de 2024 para apenas 33% em março de 2025

A preferência pelo aluguel tem predominado entre os investidores especialmente devido a um cenário de menor valorização do preço de venda dos imóveis em relação ao de locação. (© Marco Bottigelli/Getty Images)

A preferência pelo aluguel tem predominado entre os investidores especialmente devido a um cenário de menor valorização do preço de venda dos imóveis em relação ao de locação. (© Marco Bottigelli/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 13 de maio de 2025 às 11h13.

Última atualização em 13 de maio de 2025 às 12h31.

O mercado imobiliário ainda mantém uma forte expectativa de valorização, apesar de um cenário de preços elevados. Os dados, da pesquisa Raio-X FipeZAP, revelaram uma realidade de otimismo cauteloso entre compradores e investidores.

O número de compradores ativos (chamados aqueles que compraram um imóvel nos últimos 12 meses) foi de 12%, superando a média histórica de 11%, enquanto o de compradores em potencial (aqueles que têm intenção de adquirir um imóvel nos próximos 3 meses), diminuiu para 35%, abaixo da média histórica de 38%.

A amostra de 2025 revelou que, entre os compradores recentes, 67% destinam os imóveis adquiridos para moradia, e 31% para investimento, sendo que a maior parte desses investidores (67%) opta por alugar os imóveis para obter rendimento.

No entanto, as transações como investimento mostraram uma diminuição significativa, passando de 49% em janeiro de 2024 para apenas 33% em março de 2025, atingindo o menor patamar histórico da pesquisa.

No conjunto de transações identificadas como investimento, o interesse na exploração do aluguel registrou crescimento expressivo ao longo dos últimos mês, atingindo 80% em fevereiro de 2025. Na média dos últimos 12 meses encerrados em março de 2025, esse percentual recuou para 75%.

A redução da participação de investidores no mercado imobiliário pode ser explicada, sobretudo, pelo aumento da taxa básica de juros. Isso porque a elevação da Selic torna outras modalidades de investimento mais atrativas em termos de rentabilidade, reduzindo o apelo de investir em imóveis. Fora isso, a restrição no crédito imobiliário devido ao esgotamento dos recursos da poupança também contribui para um ambiente menos favorável ao investimento no setor.

À EXAME, Paula Reis, economista do DataZAP, afirma, no entanto, que a preferência pelo aluguel tem predominado entre os investidores por alguns motivos, especialmente devido a um cenário de menor valorização do preço de venda dos imóveis em relação ao de locação.

“Embora o preço real de venda tenha aumentado ao longo de 2024, observou-se uma desaceleração nos últimos dois meses, possivelmente devido ao aumento do custo do crédito. O aluguel já recuperou o valor real perdido nas últimas crises econômicas e, apesar de ajustes mais modestos, continua a crescer mais rapidamente do que o preço de venda. Por esses motivos, muitos investidores têm optado pela locação como uma forma mais segura e imediata de retorno financeiro. Além disso, a valorização do imóvel ao longo do tempo potencializa ainda mais o ganho do investidor, ampliando o retorno do investimento”, afirma.

Transação com desconto

A pesquisa identificou ainda um crescimento nas transações com desconto. Cerca de 66% das negociações registraram alguma redução no preço, acima da média histórica de 63%. O desconto médio nas transações aumentou de 6% para 7%, com a maior parte das transações com desconto variando entre 10%.

Em relação às expectativas de preços, a percepção sobre os valores atuais dos imóveis não mudou substancialmente. Cerca de 73% dos entrevistados consideram os preços como "altos ou muito altos", sendo que entre compradores esse número aumentou para 76%, enquanto entre os proprietários, houve uma redução para 67%.

No entanto, a expectativa para os próximos 12 meses é de uma alta nominal de 3,2%. Entre os compradores mais recentes, essa expectativa chega a 5,2%, enquanto entre os proprietários o aumento esperado é de 5,6%.

Expectativas de longo prazo e perfil dos respondentes

As projeções para os próximos 10 anos mostram que 36% dos respondentes acreditam que os preços dos imóveis vão superar a inflação, com 24% esperando que os preços acompanhem a inflação e 16% prevendo um aumento abaixo da inflação. Entre os compradores recentes, 41% preveem uma valorização superior à inflação, enquanto os compradores potenciais e os proprietários indicaram expectativas semelhantes.

A pesquisa também destacou um aumento na média de idade dos respondentes, com 88% dos participantes com 41 anos ou mais, o que representa um crescimento de 10 anos em relação à média histórica de 46 anos. A maioria dos participantes tem renda domiciliar de até R$ 10 mil, com 54% dos respondentes se encaixando nesse perfil.

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