Patrocínio:
Repórter de Mercados
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 10h10.
A Construtora São José enfim vai conseguir dar andamento às obras do edifício St. Barths, localizado na rua Leopoldo Couto Magalhães, uma das mais valorizadas da cidade. Isso acontece graças à compra de cerca de 3,8 mil Cepacs a um total de R$ 67 milhões em leilão de títulos da Operação Urbana Consorciada Faria Lima.
O prédio está praticamente todo construído desde 2020, mas teve as obras embargadas por desrespeitar os limites de construção — e já quase foi demolido. A luz no fim do túnel para o St. Barths foi a revisão da operação urbana, que abriu caminho para que empreendimentos irregulares pudessem ser regularizados mediante compra de novos Cepacs.
A Prefeitura de São Paulo realizou o primeiro leilão da sexta distribuição de títulos de Cepacs da OUCFL na última terça-feira. Dos 164,5 mil Cepacs ofertados, 94,8 mil foram comprados (57,6%), totalizando R$ 1,6 bilhão. O preço dos títulos ficou em R$ 17,6 mil, sem ágio.
“Com essa aquisição, a construtora regulariza a questão dos títulos. Portanto, a primeira etapa está concluída. Falta, agora, a etapa de vinculação dos Cepacs e a regularização da obra junto à Secretaria Municipal do Licenciamento”, explica Edgard Leite, advogado da construtora, à EXAME.
Leilão de Cepacs mostra apetite pela Faria Lima — mas falta de disputa expõe o limite do mercadoA etapa de vinculação, que acontece na próxima terça-feira, 26, já é dada como certa pelo advogado. Depois, é hora de dar a entrada na regulamentação, que já está toda documentada, segundo Leite.
“O imóvel já atende a todas as disposições urbanísticas, isso é: recuo, coeficiente de ocupação, gabarito de altura... O imóvel estava em ordem, o que faltavam eram os Cepacs”, comemora.
O Saint Barths é um edifício luxuoso de 23 andares a poucos metros da Avenida Faria Lima, com apartamentos que variam de 382 metros quadrados a 739 metros quadrados e cujas propagandas já estavam a todo vapor há quase dez anos.
A área construída é de 14,5 mil metros quadrados em uma das ruas mais caras de São Paulo, com valor médio de R$ 24,8 mil por metro quadrado, segundo o levantamento mais recente da Loft. Isso significa que apenas o terreno chegaria a um valor superior de quase R$ 360 milhões.
As obras do edifício tiveram início de fato em 2018, com a fase de terraplanagem. Em maio de 2019, a estrutura começou a ser erguida e, em março de 2020, os 23 andares do prédio já eram visíveis para toda a vizinhança. Em 2023, a reviravolta: as obras foram paralisadas pela Prefeitura de São Paulo, que alegava falta de alvará de execução e dos créditos construtivos necessários.
O caso foi parar na Justiça. O Ministério Público chegou a pedir a demolição da estrutura já erguida, o que não se concretizou, mas a São José pagou multa de R$ 2,5 milhões.