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Hotel Nacional recebeu hóspedes ilustres, como a Rainha Elizabeth (Josue Marinho/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 23 de outubro de 2025 às 13h21.
Última atualização em 23 de outubro de 2025 às 14h02.
O Hotel Nacional de Brasília, símbolo da capital federal, fechado há cinco anos após uma ordem de despejo, pode finalmente renascer. A reforma do primeiro hotel de luxo da cidade, inaugurado em 1961, começa na próxima segunda-feira, 27. É o que informa a Incorp, que arrematou o imóvel em leilão em 2018 com o consórcio formado pelo grupo Bittar (da família Bittar) e a Luner (construtora dos irmãos Farah).
A restauração prevê a modernização completa de todas as áreas internas como salas de reunião, restaurantes, sauna e piscina, mas a fachada externa do prédio terá sua estética preservada. A proposta é que sejam usados materiais compatíveis com os da época da construção no projeto de reconstrução assinado pelos escritórios Anastassiadis Arquitetos e Dávila.
Os responsáveis pela obra contrataram a historiadora Joseana Costa Pereira para resgatar e documentar toda a história do edifício.
Além de manter a arquitetura, a ideia do grupo é montar um museu dentro do hotel para que a população de Brasília revisite sua história e para que turistas tenham a dimensão do que o Hotel Nacional representou e representa à cidade, segundo informou o gerente administrativo do Grupo Bittar, Ouaik Shalon, ao Metrópoles.
"Será também um ponto turístico", disse ele. A hospedagem deve ainda reduzir os 347 quartos do empreendimento para 300, para atender às novas normas de acessibilidade.
A previsão é que o novo Hotel Nacional de Brasília seja reinaugurado e volte a ter hóspedes em 21 de abril de 2028, no aniversário de 68 anos da capital.
Quando pertencia à família Canhedo, o Hotel Nacional de Brasília foi colocado à venda pela 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo. A contragosto dos Canhedo, o empreendimento entrou na massa falida da Petroforte Petróleo Ltda., que era credora das empresas de transporte aéreo e terrestre dos Canhedo.
Em dezembro de 2018, a Incorp, formada por uma rede de hotéis (Bittar) e uma construtora (Luner), arrematou o espaço por R$ 93 milhões. O consórcio tinha como objetivo reformar as instalações do Hotel Nacional para disponibilizar o serviço ao público.
Os novos donos, porém, só conseguiram assumir o empreendimento em junho de 2020, depois de uma ordem de despejo da justiça. Na ocasião, ainda haviam hóspedes, que tiveram de deixar o local durante o café da manhã com oficial de Justiça e Polícia Militar na porta, conforme noticiou a imprensa na época.
Durante esses anos de fechamento, o projeto de reforma foi discutido com o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No mesmo período, os novos donos catalogaram 1.232 obras de arte entre pinturas, quadros e esculturas, que vão ser levados para um museu que será construído dentro do hotel, de acordo com o Correio Braziliense.
Inaugurado em 1961, o Hotel Nacional era um reduto cinco estrelas dos afortunados, por onde passaram celebridades, personalidades internacionais e figuras políticas.
O posto de hóspede mais ilustre da história do estabelecimento é da rainha Elizabeth II, que em 1968 estreou a suíte presidencial no 9º andar do edifício. O quarto nobre ainda não havia sido usado porque, quando o hotel foi inaugurado, apenas os três primeiros andares estavam finalizados. No fechamento, contando com a cobertura, haviam dez pavimentos.
Também fazem parte da extensa lista de hóspedes ilustres: os ex-presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter e Ronald Reagan; o ex-presidente francês Charles De Gaulle; e a ex-primeira-ministra da Índia Indira Gandhi; e a atriz brasileira Leila Diniz.
No Livro de Ouro, que guarda assinaturas dos hóspedes que ali se hospedaram, há mensagens da atriz Fernanda Montenegro, John Travolta, e da atriz francesa Catherine Deneuve. O Hotel Nacional também serviu de moradia para senadores e deputados.