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MRV reporta geração de caixa de R$ 137 milhões – muito graças à Resia

MRV Incorporação, principal negócio do grupo, no entanto, registrou uma queima de caixa de R$ 54,1 milhões no trimestre

MRV Incorporação: principal negócio do grupo registrou uma queima de caixa de R$ 54,1 milhões no trimestre (Germano Lüders /Exame)

MRV Incorporação: principal negócio do grupo registrou uma queima de caixa de R$ 54,1 milhões no trimestre (Germano Lüders /Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 15 de julho de 2025 às 09h53.

Última atualização em 15 de julho de 2025 às 10h51.

A MRV&Co, holding que reúne as operações da MRV Incorporação, Luggo, Urba e Resia, registrou uma geração de caixa de R$ 136,4 milhões no segundo trimestre, segundo prévia operacional divulgada na noite de ontem. No trimestre anterior, houve queima de caixa de R$ 381,4 milhões e, no mesmo período do ano passado, queima de R$ 375,9 milhões.

Para analistas da XP Investimentos, os dados operacionais foram “ligeiramente positivos”. Isso se deve pela melhoria no fluxo de caixa livre, impulsionada pelo melhor desempenho da Resia graças à venda de ativos e à redução do capex de desenvolvimento.

“No entanto, esse momento positivo é parcialmente contrabalançado por níveis de velocidade de vendas ainda abaixo das médias trimestrais recentes e queima de caixa contínua na MRV Incorporação”, advertem os analistas do banco.

Já analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) consideram os resultados mistos, portanto esperam uma reação neutra do mercado. “Mas acreditamos que a recuperação da MRV está demorando mais do que inicialmente esperávamos, o que significa que o impulso no curto prazo deve continuar fraco”, opinam.

A expectativa dos analistas do BTG, no entanto, é que há um grande potencial de valorização assim que os resultados “normalizarem”, o que justifica a recomendação de compra para as ações da incorporadora.

Resia como carta na manga

A Resia contribuiu para o bom resultado. A subsidiária da MRV nos Estados Unidos teve uma geração de caixa de US$ 39,3 milhões entre abril e junho deste ano, seguindo a estratégia de venda de ativos no exterior, revertendo a queima de US$ 65,9 milhões registrada no mesmo período do ano passado.

Já a Urba, focada em loteamentos e bairros planejados, teve geração de R$ 8,7 milhões de caixa. A Luggo, concentrada na locação de imóveis residenciais, queimou R$ 30,1 milhões.

A MRV Incorporação, principal negócio do grupo, ainda registrou uma queima de caixa de R$ 54,1 milhões no trimestre.

Em relatório divulgado ao mercado, a MRV afirma que a queima de caixa no período pode ser atribuída a alguns fatores.

O primeiro foi uma mudança de procedimento na Caixa Econômica Federal, que passou a liberar os recursos apenas após o registro dos contratos — o que gerou um impacto negativo de R$ 45 milhões. O segundo envolve entraves com cerca de 1.324 unidades que, embora vendidas, não puderam ser repassadas aos bancos, não sendo reconhecidas como receita.

Sem esses impactos, a geração de caixa do trimestre seria de R$ 88 milhões, informou a companhia.

Lançamentos e vendas

Os lançamentos da MRV Incorporação somaram R$ 3,4 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) no segundo trimestre de 2025, o que representa um crescimento de mais de 54% em relação ao mesmo período de 2024.

No semestre, o VGV atingiu R$ 6,3 bilhões, com alta de 65,5% frente ao primeiro semestre do ano passado.

Entre abril e junho de 2025, as vendas líquidas chegaram a R$ 2,6 bilhões, marcando um aumento de 5,8% em comparação com o segundo trimestre de 2024 e de quase 24% em relação ao trimestre anterior.

No entanto, o número poderia ter sido ainda maior, caso não houvesse cerca de R$ 310 milhões não contabilizados devido a unidades não transferidas aos bancos.

No acumulado de janeiro a junho de 2025, as vendas líquidas totalizaram R$ 4,8 bilhões, com um aumento de quase 4% em relação ao mesmo período de 2024.

A produção de unidades também subiu 11% no comparativo anual, totalizando 9.872 unidades, mas a velocidade de vendas (VSO) registrou queda de 9,4 pontos percentuais (p.p) no segundo trimestre, para 25%. No semestre, o VSO ficou em 40%, o que representa uma redução de 13,9 p.p em relação ao primeiro semestre de 2024.

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