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O que é o "direito de preempção" em transações imobiliárias e como ele funciona?

Conheça o mecanismo que garante a prioridade na compra de imóveis, evitando surpresas e assegurando direitos importantes para locatários, coproprietários e até municípios

O não cumprimento do direito de preempção por parte do vendedor pode resultar em sérias consequências jurídicas (EyeEm/Getty Images)

O não cumprimento do direito de preempção por parte do vendedor pode resultar em sérias consequências jurídicas (EyeEm/Getty Images)

Publicado em 25 de abril de 2025 às 17h41.

Ao decidir vender um imóvel, o proprietário pode se deparar com um conceito jurídico fundamental: o direito de preempção. Esse direito garante que certas pessoas ou entidades tenham a prioridade na compra do imóvel, antes que ele seja vendido a terceiros. Mas como isso realmente funciona? E quais são os impactos para quem está envolvido em uma negociação imobiliária? Entenda os detalhes dessa proteção legal que pode transformar o rumo de uma transação.

Como funciona o direito de preempção?

O direito de preempção concede a uma pessoa ou entidade o poder de adquirir um imóvel antes de ser vendido a outros, desde que as condições oferecidas por terceiros sejam iguais. Quando o proprietário decide vender, ele deve notificar formalmente o titular desse direito sobre a venda, informando preço, condições de pagamento, eventuais ônus sobre o imóvel, e permitindo a análise da documentação necessária.

A partir da notificação, o titular do direito tem um prazo legal para se manifestar, geralmente de 30 dias, no caso de locatários, por exemplo. Se o titular não se interessar ou não responder dentro do prazo, o imóvel pode ser vendido a outra pessoa. Caso o direito seja ignorado e a venda ocorra sem a devida notificação, o titular do direito pode buscar a nulidade da transação ou até pedir indenização.

Vantagens do direito de preempção

Esse mecanismo oferece vantagens claras, tanto para o titular do direito quanto para o proprietário do imóvel. Para quem detém o direito, ele garante a possibilidade de adquirir o imóvel antes de ele ser colocado no mercado, o que pode ser um benefício significativo, especialmente em casos de locação ou copropriedade.

Além disso, o direito de preempção também oferece previsibilidade e segurança jurídica para os envolvidos na transação. Para o vendedor, embora o processo de notificação e aguardo de resposta possa gerar um pequeno atraso, ele ainda tem a liberdade de negociar o imóvel com outras partes, caso o titular do direito não se manifeste. Esse equilíbrio ajuda a evitar disputas e garante que as condições de venda sejam transparentes e conhecidas por todas as partes envolvidas.

Tipos comuns de direito de preempção

Direito de preferência do locatário
O locatário de um imóvel tem a prioridade de compra do imóvel que está alugando. Caso o proprietário decida vender, ele deve oferecer o imóvel ao inquilino nas mesmas condições oferecidas a terceiros, conforme a Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91).

Direito de preferência do coproprietário
No caso de imóveis compartilhados por vários coproprietários (condôminos), aquele que deseja vender sua parte deve oferecer primeiro aos outros coproprietários. Isso está previsto no Código Civil, no artigo 504.

Direito de preempção por cláusula contratual
Em alguns contratos, pode ser incluída uma cláusula que confere a um terceiro (como o antigo proprietário) o direito de preferência na compra do imóvel, o que deve ser respeitado pelo vendedor.

Direito de preempção do Poder Público
O município também pode exercer o direito de preempção sobre imóveis urbanos, conforme o Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01). Nesse caso, a prefeitura tem a prioridade de adquirir o imóvel para fins urbanísticos ou de regularização fundiária.

O que considerar ao exercer o direito de preempção

Exercer o direito de preempção envolve algumas responsabilidades e cuidados. Para o titular desse direito, é importante analisar as condições da venda, como preço, forma de pagamento e eventuais ônus sobre o imóvel. A decisão de exercer o direito deve ser tomada com base em uma avaliação cuidadosa dessas condições e no impacto financeiro que a compra pode representar.

Do lado do vendedor, o processo de notificação precisa ser realizado corretamente para evitar litígios futuros. Caso o direito de preempção não seja respeitado, o titular tem o direito de buscar judicialmente a anulação da venda, o que pode gerar custos adicionais e atrasos para todos os envolvidos.

Consequências do descumprimento

O não cumprimento do direito de preempção por parte do vendedor pode resultar em sérias consequências jurídicas. Caso o imóvel seja vendido para terceiros sem notificar o titular do direito, a transação pode ser anulada judicialmente. Além disso, o titular pode pedir uma indenização por perdas e danos, e até requerer a adjudicação do imóvel, ou seja, a sua aquisição forçada.

Por isso, é fundamental que todas as partes envolvidas em uma transação imobiliária estejam cientes dos direitos e deveres relacionados ao direito de preempção para evitar complicações legais.
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