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A Moura Dubeux (MDNE3) quer ampliar sua atuação no setor econômico. A Direcional (DIRR3), crescer no mercado do Nordeste. (Montagem EXAME com elemento do Canva)
Repórter de Mercados
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 10h13.
Última atualização em 1 de outubro de 2025 às 11h01.
A Moura Dubeux (MDNE3) quer ampliar sua atuação no setor de imóveis econômicos. A Direcional (DIRR3), crescer no mercado do Nordeste. Para unir a fome à vontade de comer, uma joint venture inédita deve viabilizar os planos de ambas as incorporadoras.
As duas companhias têm vivenciado bons momentos na bolsa. No início de janeiro, a ação da Direcional custava R$ 8 reais. Agora, já custa o dobro. Já a ação de MD custava R$ 11 no início do ano, e agora custa quase R$ 30.
Apesar de seus 40 anos de atuação com foco em empreendimentos residenciais de médio, alto padrão e luxo no Nordeste, a Moura Dubeux foi listada na bolsa apenas em 2020. Já a Direcional tem foco no segmento econômico em todo o Brasil, e abriu seu capital em 2009, apesar de ter iniciado suas operações bem antes, em 1981.
À EXAME, os CEOs das incorporadoras afirmam que já estudavam essa parceria há um tempo. A Moura Dubeux criou recentemente a Única, marca focada no segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV), especificamente na faixa 3 do programa habitacional do governo federal, atendendo famílias com renda mensal entre R$ 4.700,01 e R$ 8.000. O objetivo é criar uma relevância no Nordeste neste segmento.
“A Direcional é uma das principais operadoras de MCMV do Brasil. Eu mesmo os procurei, marquei um almoço com eles, e houve muita sinergia, desde a visão do cliente até o olhar para o acionista minoritário. Foi quando surgiu o convite dos dois lado para estreitarmos a parceira da Única com a Direcional para o faixa 3", diz Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.
A Direcional vai aportar seu histórico no MCMV, principalmente nas faixas 3 e 4, enquanto a Moura vai abrir caminho nos mercados de Recife, Salvador e Fortaleza, onde tem posição consolidada — a companhia atua em sete estados nordestinos. A Direcional já opera nessas cidades, mas de forma tímida.
O movimento também reforça a estratégia da MD de ampliar o portfólio e responder a uma demanda crescente por moradias acessíveis no Nordeste, onde o déficit habitacional ainda é relevante.
Essa é uma parceria que já tem bala na agulha: o primeiro lançamento será em Natal, já no quarto trimestre deste ano.“As duas empresas já têm terrenos ou com projeto aprovado, ou em estágio avançado de aprovação. Então, é uma joint venture que começa gerando vendas e tendo uma operação, sem período para rampar”, explica Ricardo Gontijo, CEO da Direcional. Além de Natal, os parceiros já tem terrenos para explorar nas cidades onde vão atuar juntos, totalizando cinco projetos.
A relevância que a MD tem nesses mercados vai ajudar a acelerar processos, diz Gontijo. O CEO afirma haver na região uma demanda muito grande por moradias que se enquadrem nas faixas 3 e 4 do MCMV.
“É um mercado enorme. O Minha Casa, Minha Vida, no Nordeste, está em segundo lugar em termos de número de unidades, só atrás do Sudeste. Na nossa visão, temos uma oportunidade grande de incrementar a atuação por lá”, afirma.
A seu favor, as companhias têm capacidade de execução de obras e de atendimento ao cliente.
“A depender da cidade e do momento, a empresa que tiver a melhor condição de desenvolver aquele projeto é a que vai executar. Não temos, hoje, o intuito de montar uma estrutura em praças onde não temos atuação. Nosso objetivo é ganhar relevância onde já atuamos”, afirma o CEO da Direcional.
Portanto, nos estados onde a Direcional não atua, a ideia é que a incorporação fique a cargo da MD, com a mineira dando apoio na parte de crédito imobiliário, do cliente e do repasse.
Gontijo e Villar não dão guidance de lançamento ou vendas, mas afirmam haver apetite. O objetivo é ocupar o máximo de participação que forem capazes, operacional e financeiramente. “Nosso objetivo é a liderança do faixa 3 e faixa 4 no Nordeste”, finalizam.