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Pioneira no MCMV cresce no 'centrão' de SP e ganhará novo vizinho: a sede do governo paulista

A sede do governo paulista está de mudança para o centro da capital - a poucos quarteirões de onde a Magik JC tem terrenos

Bem Viver Marquês de Itu (Magik JC/Divulgação)

Bem Viver Marquês de Itu (Magik JC/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 06h00.

Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 08h55.

Uma história que veio do Centro — e ao Centro voltou.

André Czitrom desenvolve projetos de habitação popular que nada se assemelham às construções feitas em massa para suprir a demanda por imóveis econômicos. Sua filosofia é levar arquitetura e design de qualidade também para os apartamentos que fazem parte dos programas de moradias populares.

Desde 2016, direcionou os projetos da Magik JC, incorporadora fundada por seu pai e da qual é CEO, para a região central de São Paulo, onde viu demanda e enxergou vocação para o segmento econômico.

Até então, a incorporadora fundada por Joseph Czitrom construía na Zona Leste de São Paulo, um caminho considerado óbvio e seguro. Quando André se juntou ao pai, trouxe um plus: queria construir empreendimentos para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida na região da Vila Buarque.

Afinal, nem só de chão de taco e samambaias se estrutura um bairro.

O primeiro terreno adquirido pela Magik JC no centro de São Paulo foi na rua Frei Caneca. As vendas foram um sucesso, mas pouco lucrativas, pois os investimentos em marketing deixaram pouca margem para a construtora.

“Só não ganhamos dinheiro porque erramos no marketing. Estávamos acostumados a falar com pessoas da Zona Leste, e tentamos replicar a mesma receita para o Centro, o que não deu certo”, explica.

Mas depois que adquiriram mais quatro terrenos pela Vila Buarque, apararam as arestas e foram aprendendo, cada vez mais, a construir e vender no Centro de São Paulo. De lá para cá, foram 32 projetos na região, entre prontos e em obras, que desenvolveram o entorno do bairro.

Questionado do porquê deste carinho pela região, André afirma haver uma história que ultrapassa gerações pelo Centro.

“Quando meu pai chegou ao Brasil, ele foi morar em um cortiço na Roosevelt, região da Bela Vista, depois se mudou para outro, na rua Cesário Mota, na Vila Buarque”.

Após a Segunda Guerra Mundial, Joseph Czitrom saiu da Romênia e chegou ao Brasil. Logo após se formar em engenharia, criou uma construtora que colocava alguns poucos prédios de pé por ano.

Nesse meio-tempo, a empresa de Czitrom fez de tudo, do segmento econômico ao alto padrão, quase sempre em parceria com a Cyrela e utilizando o programa de crédito associativo da época. Em 2003, montou com um grande amigo a primeira Magik.

Cinco anos depois, Joseph foi a Brasília a convite da Caixa para conhecer o que hoje seria o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Não deu outra: ele se encantou imediatamente.

Os sócios da incorporadora, no entanto, não quiseram partir para o padrão econômico. Foi então que Czitrom rachou a antiga Magik e montou sua própria empresa, a Magik JC.

Foi essa nova incorporadora a responsável pelo primeiro projeto aprovado dentro do Minha Casa, Minha Vida da história.

A vinda da sede do governo ao Centro

Ao completar 50 anos em 2022, a Magik JC queria um novo desafio. Foi quando decidiram replicar o feito na região entre Barra Funda, Campos Elísios e Santa Cecília ao comprar dez terrenos.

“Sorte ou azar, no meio disso tudo veio a notícia de que a sede do Governo do Estado de São Paulo viria justamente para cá, a menos de quatro quarteirões dos nossos terrenos”, afirma André.

Sorte porque a área iria se valorizar ainda mais. Azar porque isso traria uma especulação enorme à região.

O governo está num processo de transferência da sede administrativa do Morumbi para a região dos Campos Elíseos. A nova sede será um grande complexo com cerca de 12 prédios para abrigar o gabinete do governador e as secretarias estaduais, reunindo cerca de 22,7 mil servidores em um só local.

Na licitação para a construção do novo centro administrativo, há a previsão da construção, reforma, adequação, manutenção, conservação, gestão e operação do complexo por um período de 30 anos.

“A ideia geral do projeto é fantástica e visa criar um impacto urbanístico transformacional numa região degradada, aproveitando o simbolismo histórico do Palácio do Governo”, afirma André.

O Palácio do Governo já foi localizado no centro da cidade antes, justamente nos Campos Elísios, entre 1915 até 1967, quando um incêndio motivou a transferência da sede para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.

Ao redor desse mega projeto que une gestão estadual e municipal, está o trabalho de repovoar a região e livrá-la do estigma do abandono.

A Magik JC conversa com o governo sobre como pode apoiar a alocação de programas habitacionais no Centro. Por ora, há apenas o Requalifica Centro, que visa o retrofit de prédios antigos localizados na região para transformá-los em edifícios habitacionais e comerciais.

O foco da Magik JC nunca foi o retrofit, mas, segundo André, a incorporadora está “avaliando a ideia”.

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