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Moura Dubeux teve alta de 60% no lucro no segundo trimeste: 'É o novo patamar da companhia', diz Diego Villar, CEO da companhia (Leandro Fonseca /Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 16h05.
Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 16h40.
Em 2025, os papéis da Moura Dubeux (MDNE3) já acumulam alta de mais de 110%, passando de R$ 13,56 em setembro do ano passado para os atuais R$ 28,50. Não por acaso, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) iniciou a cobertura da companhia nesta quinta-feira, 25, já com recomendação de compra para a ação, num preço-alvo de R$ 40 — e potencial de valorização de cerca de 39%.
A construtora reportou lucro líquido de R$ 120 milhões no segundo trimestre de 2025, um recorde para a empresa e uma alta de 60,6% na comparação anual. No semestre, chegou a R$ 190,7 milhões de lucro líquido.
“Os números do segundo trimestre consolidaram o novo patamar da companhia. Estamos vindo com um crescimento significativo de lucro desde o ano passado, mas até então existia a dúvida se aquilo era um bom resultado isolado ou de fato o novo patamar. Já estamos na metade do ano e mais próximos da meta de R$ 400 milhões de lucro do que dos R$ 300 milhões”, disse Diego Villar, CEO da companhia, à EXAME durante a última temporada de balanços.
Para o BTG, a empresa combina alguns fatores que a levaram ao patamar atual. Entre eles, a liderança no Nordeste e o histórico de 42 anos, sendo a única listada em bolsa totalmente exposta à região. A experiência regional dá à construtora a vantagem competitiva que funciona como barreira para a entrada de novos concorrentes, opinam os analistas.
Outro fator citado é a diversificação do portfólio da Moura Dubeux. A empresa não só atua nos segmentos de média e alta renda, mas também está expandindo sua presença no mercado de baixa renda por meio das marcas Mood e Única, com foco especial no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Essa estratégia confere maior resiliência às receitas da companhia, pois o mercado de baixa renda tende a ser mais estável e se beneficia do suporte do programa habitacional do governo.
“A Moura Dubeux reúne a maior parte do que você espera de uma construtora: sua estrutura de capital enxuta permite que a empresa cresça, com menores necessidades de capital de giro, o que significa um ROE forte e baixa alavancagem”, destaca o relatório.
Desde seu IPO em fevereiro de 2020, a empresa já lançou mais de 68 empreendimentos, acumulando um valor geral de vendas (VGV) de quase R$ 8 bilhões.
Ainda assim, os analistas projetam que a companhia continuará a expandir, com um crescimento anual composto de 30% nos lucros por ação entre 2024 e 2027. Segundo o BTG, a construtora está sendo negociada a um múltiplo atraente de 4,5 vezes o lucro estimado para 2026, o que, na visão da instituição, justifica a recomendação de compra e o potencial de valorização.
“Em termos de valuation, observamos um desconto de 19% em relação às empresas de médio e alto padrão listadas, além de um desconto de 24% em relação às companhias que atuam no MCMV”, afirmam.
O relatório também identifica alguns riscos para a tese de investimento, especialmente fatores macroeconômicos. O mercado imobiliário é sensível a mudanças nas taxas de juros e à disponibilidade de financiamento, o que pode afetar a capacidade de compra dos consumidores.
Outro risco é a captação de recursos da caderneta de poupança, principal fonte de financiamento do setor, que tem registrado uma saída significativa de recursos.
Além disso, o crescimento pode ser limitado pela situação do mercado no Nordeste, onde, apesar da valorização recente, os lançamentos de imóveis de média e alta renda ainda estão abaixo dos níveis registrados entre 2010 e 2014.