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A Cidade do México lidera quando o assunto é concorrência pelos galpões: a capital tem uma vacância de 1,60% (Andrew Hasson / Colaborador/Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 15h39.
Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 17h46.
No primeiro semestre deste ano, a taxa média de vacância nos principais mercados de galpões da América Latina despencou. Naturalmente, isso serviu para catapultar o preço de locação.
Segundo dados compilados pela Cushman & Wakefield, a vacância no período foi de 5,83%, queda de 13% na comparação anual. Nessa mesma base de comparação, o estoque total cresceu 4,28% na região, para 45,8 milhões de metros quadrados.
A Cidade do México lidera quando o assunto é concorrência pelos galpões. Com uma vacância de 1,60%, a capital mexicana tem uma área vaga de apenas 305 mil metros quadrados a um preço de US$ 11,05 por metro quadrado, 23% de alta na comparação com o mesmo período de 2024.
“Na cidade, a alta demanda, aliada à escassez de terrenos adequados para novos desenvolvimentos e a vacância em mínimos históricos limitam a oferta e contribuem para pressionar e manter os preços em níveis elevados”, afirma Dennys Andrade, líder de Inteligência de Mercado da Cushman & Wakefield no Brasil.
Apesar de um mercado pujante, a capital paulista não aparece nem sequer na quinta posição quando o assunto é preço de locação de galpões industriais. Buenos Aires surge no terceiro lugar, a um preço de US$ 7,43, uma vacância de 5% para uma área vaga de 326,7 mil metros quadrados.
A pedra no sapato de Milei: supervalorização do peso atrapalha cotação do dólar, dizem analistasBogotá está na quarta posição, com taxa de vacância de apenas 1,90%, uma área vaga de 43 mil metros quadrados, a um preço de US$ 6,94 o metro quadrado.
"Ambas as capitais [da Argentina e Colômbia] possuem demanda para operações logísticas de alto padrão e last mile, porém os custos de operação são mais altos, fazendo com que os encargos de construção, impostos e logística urbana reflitam diretamente nos preços de locação", explica o especialista.
Já Lima aparece em quinto, mas ainda sim com preços mais elevados do que em São Paulo, com preço de locação de US$ 6 o metro quadrado, taxa de vacância de 7% e uma área vaga de 201 mil metros quadrados.
Em São Paulo, o principal mercado do Brasil, a vacância registrada no primeiro semestre foi de 8,9%, taxa calculada com base numa área vaga de 1,3 milhão de metros quadrados. E o preço foi bem menor em relação ao top 5 da América Latina, de US$ 5,21 o metro quadrado, alta de 14% na comparação anual.
Isso não significa, no entanto, que o mercado por aqui está desaquecido. “Os preços em São Paulo estão em trajetória contínua de valorização, impulsionado por entregas de alto padrão e pelo ajuste de preços por proprietários em regiões mais demandadas”, afirma Andrade.
Em julho, a Newmark divulgou que 650 mil metros quadrados de novos estoques foram entregues no segundo trimestre em São Paulo. Para o restante do ano, a consultoria projeta outros 908 mil metros, aproximadamente.
A absorção líquida — saldo entre áreas alugadas e áreas devolvidas — saltou de 88 mil, no primeiro trimestre de 2025, para 501 mil metros, no segundo.
A cotação do metro quadrado se manteve em alta na comparação com os trimestres anteriores. E, mesmo com o aumento do volume de novos estoques, a taxa de vacância nas regiões mais demandadas seguia no patamar de 8% que, apesar de ser maior na comparação com as demais capitais latino-americanas, não é um índice alto.
“Taxas abaixo de 10% apresentam uma falta de equilíbrio de mercado. Quando essa vacância está abaixo desse nível, vemos uma descompensação. Então, nesse caso, a negociação fica muito mais forte do lado do proprietário por conta da demanda muito alta”, explica Mariana Hanania, líder de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark.
Posição | Cidade | Preço pedido de locação (USD/m²/mês) |
---|---|---|
1ª | Cidade do México | 11,05 |
2ª | Buenos Aires | 7,43 |
3ª | Santiago | 6,97 |
4ª | Bogotá | 6,94 |
5ª | Lima | 6,00 |
6ª | São Paulo | 5,21 |
7ª | Rio de Janeiro | 4,09 |