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São Paulo: Em abril, a capital paulista registrou o menor desconto da série histórica desde 2020, com uma média de apenas 2,7%. (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 14 de maio de 2025 às 11h34.
Última atualização em 14 de maio de 2025 às 12h50.
A média de descontos nas negociações de aluguel em São Paulo e no Rio de Janeiro atingiu níveis inéditos, refletindo o aquecimento contínuo do mercado. Em abril, a capital paulista registrou o menor desconto da série histórica desde 2020, com uma média de apenas 2,7%. No Rio, a ausência de descontos nos contratos fechados tem sido uma tendência crescente desde março.
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A queda é reflexo do aumento da demanda, impulsionada por fatores sazonais e pela rápida locação dos imóveis. O Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb revelou que a diminuição no percentual de abatimentos nas negociações tem sido constante, especialmente nas grandes capitais.
“Nos últimos anos, a melhora econômica, a queda do desemprego e o aumento da renda das famílias impactaram esse cenário de alta dos preços por um longo período”, afirma Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar.
Em São Paulo, a alta acumulada do aluguel em 12 meses está em um patamar próximo de 10% ao ano há quase dois anos, bem acima da inflação medida pelo IBGE. Além disso, os preços sobem ininterruptamente há 45 meses. O mesmo movimento acontece no Rio.
Além disso, é nessa época que muitos contratos vencem e que as pessoas fazem planos de mudança ou de recolocação no emprego, afetando a moradia. “A combinação desses dois fatores [de conjuntura e de pressão sazonal] potencializa o resultado observado em abril: preços em alta e descontos reduzidos”, explica Capetti.
Apesar de a negociação do valor ser parte natural do processo de locação, os proprietários estão cada vez mais dispostos a manter os preços elevados, dada a agilidade com que os imóveis estão sendo alugados.
O impacto da valorização do metro quadrado também é significativo. Em São Paulo, o preço médio do aluguel chegou a R$ 68,83 por metro quadrado, uma alta de 9,11% nos últimos 12 meses. No Rio de Janeiro, o aumento foi ainda mais expressivo: o valor médio atingiu R$ 45,33 por metro quadrado, com uma valorização de 10,44% no mesmo período.