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Tudo o que você precisa saber antes de alugar seu imóvel por temporada

Entenda como funciona o aluguel por temporada, o que diz a lei e como evitar prejuízos

Com preparação adequada, conhecimento das regras e foco na experiência do hóspede, é possível transformar uma propriedade ociosa em fonte consistente de renda extra. (Divulgação/Divulgação)

Com preparação adequada, conhecimento das regras e foco na experiência do hóspede, é possível transformar uma propriedade ociosa em fonte consistente de renda extra. (Divulgação/Divulgação)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 14 de julho de 2025 às 18h00.

O mercado de aluguel por temporada cresce exponencialmente no Brasil, impulsionado pela busca por hospedagens alternativas aos hotéis tradicionais. Com a chegada das férias de inverno, proprietários de imóveis em destinos turísticos veem nessa modalidade uma oportunidade de aumentar a renda. Mas antes de anunciar a propriedade, é fundamental conhecer as regras do jogo e preparar adequadamente o espaço para receber hóspedes.

O que é aluguel por temporada? (e como se diferencia do normal)

Diferentemente da locação residencial tradicional, que geralmente dura meses ou anos, o aluguel por temporada caracteriza-se por períodos curtos de ocupação. A modalidade tem duração máxima de 90 dias, conforme estabelece a Lei do Inquilinato, e destina-se principalmente a fins de lazer, turismo, realização de cursos ou tratamento de saúde.

Essa flexibilidade atrai tanto proprietários quanto locatários. Para quem aluga, representa maior liberdade na gestão do imóvel e possibilidade de rentabilidade superior. Já os hóspedes encontram alternativas mais espaçosas e personalizadas em comparação aos hotéis tradicionais, especialmente quando viajam em família ou grupos.

O que diz a lei sobre aluguéis por temporada?

O aluguel por temporada está regulamentado pela Lei 8.245/1991, conhecida como Lei do Inquilinato. Os artigos 48 a 50 estabelecem as regras específicas para essa modalidade, determinando que o prazo máximo não pode ultrapassar três meses. Caso exceda esse período, a locação automaticamente passa a ser regida pelas normas de locação residencial comum.

Um aspecto importante da legislação é a permissão para cobrança antecipada do valor total da locação, diferentemente do aluguel residencial tradicional. Além disso, o proprietário pode exigir garantias mesmo com pagamento adiantado, oferecendo maior segurança para ambas as partes.

Vale destacar que cada estado e município pode ter regulamentações específicas. Em algumas cidades turísticas, por exemplo, existem normas sobre cadastro obrigatório de imóveis para temporada, recolhimento de impostos específicos e até limitações quanto ao número de dias que o imóvel pode ser alugado anualmente.

O que precisa ter em um contrato de aluguel por temporada?

contrato de aluguel por temporada deve ser claro e detalhado para evitar conflitos futuros. A identificação completa das partes envolvidas é obrigatória, incluindo nome, CPF, RG e endereço tanto do locador quanto do locatário.

A descrição minuciosa do imóvel precisa constar no documento, especificando endereço completo, número de cômodos, relação de móveis e equipamentos disponíveis. Um inventário fotográfico ajuda a documentar o estado inicial da propriedade.

Quanto aos valores, o contrato deve estabelecer o montante total da locação, forma de pagamento, data de vencimento e valor da caução, quando aplicável. As datas exatas de entrada e saída precisam estar explícitas, respeitando sempre o limite legal de 90 dias.

Regras de uso também devem constar no documento: número máximo de ocupantes, política sobre animais de estimação, restrições a festas ou eventos, responsabilidades sobre conservação e limpeza. Cláusulas sobre multas por descumprimento e condições de rescisão completam o documento.

Direitos e deveres do locatário

Os inquilinos temporários possuem direitos garantidos pela legislação. Entre eles, destaca-se o direito de receber o imóvel em perfeitas condições de uso, conforme descrito no contrato e anúncio. A privacidade durante o período de locação também está assegurada, não podendo o proprietário realizar visitas sem autorização prévia.

Em contrapartida, os deveres incluem o pagamento pontual dos valores acordados, geralmente de forma antecipada. O uso adequado do imóvel, respeitando sua finalidade residencial temporária e o número máximo de ocupantes estabelecido, constitui obrigação fundamental.

A conservação do patrimônio sob responsabilidade do locatário abrange móveis, equipamentos e a estrutura física do imóvel. Danos causados durante a estadia, exceto desgaste natural, devem ser reparados ou ressarcidos. O cumprimento das normas condominiais e o respeito à vizinhança também integram as obrigações.

Qual período tem mais busca por aluguel por temporada?

O aluguel por temporada em Bombinhas (SC), assim como em outros destinos litorâneos, registra pico de procura entre dezembro e fevereiro. O verão brasileiro concentra a maior demanda, especialmente no período entre Natal e Réveillon, quando as diárias atingem valores máximos.

Julho representa outro momento de alta procura devido às férias escolares de inverno. Destinos serranos como Campos do Jordão e Gramado experimentam seu auge nesse período, enquanto praias mantêm demanda considerável de famílias em busca de clima mais ameno.

Feriados prolongados ao longo do ano também geram picos de ocupação. Carnaval, Semana Santa, Corpus Christi e feriados que permitem "emendar" com finais de semana criam oportunidades extras de rentabilização, especialmente em destinos próximos aos grandes centros urbanos.

Condomínios podem proibir aluguel por temporada?

Uma dúvida frequente entre proprietários diz respeito à possibilidade de condomínios proibirem a locação temporária. A resposta não é simples e gera debates jurídicos. Quando a convenção condominial possui cláusula expressa vedando essa modalidade, a proibição tende a prevalecer.

Contudo, alguns juristas argumentam que tal restrição conflita com o direito de propriedade e com a própria Lei do Inquilinato, que permite a sublocação mediante autorização do proprietário.

Por isso, antes de disponibilizar o imóvel para temporada, recomenda-se verificar cuidadosamente a convenção do condomínio. Em caso de dúvida, a consulta a um advogado especializado pode evitar problemas futuros com a administração condominial ou vizinhos.

Como preparar o imóvel para aluguel por temporada?

A primeira impressão determina o sucesso de um aluguel temporário. Um imóvel bem preparado não apenas atrai mais reservas como também gera avaliações positivas, fundamentais para manter a propriedade competitiva no mercado.

A limpeza impecável constitui o ponto de partida. Cada detalhe importa: desde a higienização completa de banheiros e cozinha até a organização de armários e gavetas. Roupas de cama e banho devem estar sempre novas ou em excelente estado, preferencialmente em cores neutras que transmitam sensação de limpeza.

Por sua vez, o mobiliário precisa equilibrar conforto e funcionalidade. Camas com colchões de qualidade, sofás confortáveis e cadeiras em bom estado fazem diferença na experiência do hóspede. Na cozinha, utensílios básicos como panelas, talheres, pratos e copos devem estar disponíveis em quantidade suficiente para o número máximo de ocupantes.

Uma pesquisa encomendada pelo Airbnb revelou que determinadas comodidades influenciam decisivamente na escolha do hóspede. Internet de alta velocidade lidera a lista de prioridades, seguida por ar-condicionado, máquina de café e estacionamento. Imóveis que aceitam animais de estimação também registram maior procura.

Além disso, pequenos detalhes criam experiências memoráveis. Um kit de boas-vindas com produtos locais, guia com dicas de restaurantes e atrações da região, ou disponibilização de itens como cadeiras de praia e guarda-sol em destinos litorâneos demonstram cuidado e atenção com o bem-estar dos hóspedes.

A segurança merece atenção especial. Fechaduras eletrônicas facilitam o check-in autônomo e aumentam a proteção. Câmeras nas áreas externas e iluminação adequada completam o conjunto de medidas que transmitem tranquilidade aos visitantes.

Que tipo de imóvel é mais buscado para aluguel por temporada?

Apartamentos e casas em regiões praianas lideram as buscas, especialmente aqueles com dois ou três quartos que acomodam confortavelmente famílias. Vista para o mar, proximidade da praia e presença de ar-condicionado figuram entre os diferenciais mais valorizados.

Casas com área de lazer completa conquistam público específico. Piscina, churrasqueira e espaço gourmet atraem grupos maiores dispostos a pagar diárias mais elevadas. Esses imóveis registram alta ocupação em feriados prolongados e festividades.

Em destinos de serra, chalés aconchegantes com lareira ganham preferência. O charme rústico aliado a confortos modernos como banheira de hidromassagem e cozinha equipada seduz casais em busca de experiências românticas.

Nos centros urbanos, apartamentos compactos bem localizados atendem viajantes a negócios e turistas que priorizam mobilidade. Proximidade a transporte público, segurança e serviços como academia no edifício agregam valor à proposta.

Quais são os locais mais procurados para aluguel por temporada?

Levantamento da Referência Capital aponta São Paulo como líder em rentabilidade para investidores. Bairros como Jardins e Pinheiros proporcionam retorno anual entre 10% e 12%, com valorização imobiliária adicional de 8%, totalizando ganhos de até 20% ao ano.

O aluguel por temporada no Rio de Janeiro mantém-se altamente lucrativo. Copacabana e Ipanema garantem demanda constante, com rentabilidade entre 9% e 14%. A valorização de 7% ao ano eleva o retorno total para até 21%.

Balneário Camboriú desponta como terceiro destino mais rentável. A intensa procura durante o verão impulsiona rentabilidade de 14%, que somada à valorização de 10% pode gerar retorno anual de 24%.

Aluguel por temporada em Itapema também apresenta números atrativos. A cidade vizinha a Balneário Camboriú oferece rentabilidade de até 9% com valorização similar, resultando em retorno combinado de 15% ao ano.

No Nordeste, João Pessoa (PB) atrai investidores interessados em imóveis mais acessíveis e boa infraestrutura. A rentabilidade varia entre 8% e 12%, e o retorno total pode chegar a 18%, especialmente em bairros como Tambaú e Manaíra.

São Miguel dos Milagres, em Alagoas, fecha a lista como destino emergente com maior potencial de retorno. Com valorização imobiliária de 12% e rentabilidade de até 15%, o retorno total pode atingir 27% ao ano, o maior entre as cidades analisadas.

De modo geral, o mercado de aluguel por temporada oferece excelentes oportunidades para proprietários dispostos a profissionalizar a gestão de seus imóveis. Com preparação adequada, conhecimento das regras e foco na experiência do hóspede, é possível transformar uma propriedade ociosa em fonte consistente de renda extra. O sucesso depende da combinação entre localização estratégica, imóvel bem preparado e atendimento de qualidade.

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