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'War dos galpões': Mercado Livre chega a 2 milhões de metros quadrados

Meli abocanhou mais 105 mil metros em Guarulhos no segundo trimestre, mantendo-se no topo do jogo pelos galpões de alto padrão

Mercado Livre abocanhou aproximadamente 105 mil metros quadrados em Guarulhos, que levou a empresa a outro patamar (Montagem com elementos Canva e Mercado Livre /Reprodução)

Mercado Livre abocanhou aproximadamente 105 mil metros quadrados em Guarulhos, que levou a empresa a outro patamar (Montagem com elementos Canva e Mercado Livre /Reprodução)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 19 de julho de 2025 às 09h01.

O Mercado Livre abocanhou aproximadamente 105 mil metros quadrados em Guarulhos para galpões de alto padrão no segundo trimestre — foi a maior locação do ano até o momento, que levou o Meli a outro patamar. Após o feito, a companhia de e-commerce ultrapassou a marca de 2 milhões de metros quadrados alugados para seus galpões A e A+ no território nacional, segundo dados da Binswanger Brazil.

Considerando galpões e condomínios de outros padrões, como B e C, a ocupação do Mercado Livre salta ainda mais, para 2,6 milhões de metros quadrados.

A estratégia da empresa tem sido ampliar sua malha logística nacional para acelerar entregas e aumentar a capacidade de estoque, seguindo o crescimento constante do seu e-commerce desde a pandemia. Não por acaso, os galpões de padrão A e A+ são aqueles que atendem a critérios rigorosos de infraestrutura, eficiência e localização para operações de alta desempenho.

Mas o Mercado Livre não está sozinho nessa competição. No e-commerce, o prazo e o custo do frete são fatores essenciais para a decisão de compra do cliente. Quanto mais galpões, mais barato e mais rápido é o custo de entregar um produto na casa do comprador.

Como num jogo de War, grandes players locam espaço por espaço para garantir mais territórios atendidos por seus galpões. Quem loca primeiro, tem o melhor ponto para entregar seus pacotes com maior velocidade.

Disputa entre Meli e Shopee reduz oferta de galpões logísticos e preços disparam

Mesmo assim, Meli lidera com folga. Em segundo lugar entre as empresas que mais ocupam espaços para galpões, está Shopee, com 830,3 mil metros quadrados. Em segundo, Amazon, com 544,5 mil metros quadrados e, em quarto, Shein, com 215,4 mil metros quadrados.

O império de Meli

O Mercado Livre ocupa mais de 60 locais espalhados em 41 regiões para seus galpões de alto padrão que medem, em média, 35 mil metros quadrados.

Quando olhamos para os espaços no raio até 15 quilômetros do centro de São Paulo, Meli lidera, com 84 mil metros quadrados destinados aos galpões. Segundo levantamento da Binswanger, são estes os espaços mais caros e disputados, por estarem muito próximos da capital paulista. Enquanto a média de preço para o metro quadrado de galpões no Brasil é de R$ 27, o metro quadrado dos galpões no raio de 15 quilômetros da capital custam, em média, R$ 43.

No raio de 15 quilômetros a 20 quilômetros, no entanto, o Mercado Livre é ultrapassado pela C&A, Sodimac Homecenter e Braskem, e tem 32 mil metros quadrados.

No raio de 20 quilômetros a 30 quilômetros, Meli volta a liderar, com 558 mil metros quadrados — mais que o dobro da segunda colocada, a Shein, que tem 215 mil metros quadrados nessa área.

A investida da gigante do e-commerce

Mesmo na liderança, o Mercado Livre não pretende parar de expandir sua presença no setor logístico.

A empresa disse que até o fim de 2025 pretende alcançar 27 CDs (Centros de Distribuição) em todo o Brasil — galpões que atuam da armazenagem à distribuição de mercadorias. Até o momento, 19 deles já foram entregues.

O objetivo é expandir a presença geográfica da operação logística da companhia, entrando especialmente em novos estados como Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Dos novos endereços, 63% são fora de São Paulo.

Em abril, a companhia anunciou um investimento recorde no Brasil para este ano: R$ 34 bilhões. O número representa um aumento de quase 50% em relação ao montante de 2024.

E isso faz total sentido para o Meli, que tem no Brasil o maior mercado, com quase metade das vendas brutas da plataforma.

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