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Zaffari vai ampliar shopping Bourbon e abrir novos supermercados em SP

Empresa gaúcha é dona de um dos shoppings mais frequentados da zona oeste da capital paulista, mas não quer deixar sua vocação supermercadista de lado em sua estratégia de expansão

Claudio Luiz Zaffari não se considera um 'shoppeiro': 'O foco central do grupo está em suas operações de varejo e atacado' (Renan Costantin)

Claudio Luiz Zaffari não se considera um 'shoppeiro': 'O foco central do grupo está em suas operações de varejo e atacado' (Renan Costantin)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 06h00.

O Grupo Zaffari completou 100 anos recentemente, mas está há menos de 20 em São Paulo. A companhia gaúcha deu sua cartada de mestre no tabuleiro paulista em 2008 — ao adquirir a massa falida do Shopping Matarazzo, na região da Pompeia, zona oeste da capital. Não quer mais sair de lá, pelo contrário. Tem planos de conquistar ainda mais “territórios”.

O antigo shopping que pertencia a Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo foi leiloado em 1997 e arrematado pelo Grupo Zaffari por R$ 18,5 milhões. A estrutura foi demolida para dar lugar ao Bourbon Shopping São Paulo, inaugurado em março de 2008 ao lado do estádio do Palmeiras, que ainda não se chamava Allianz Parque naquela época.

“Foi um processo muito lento, mas foi um aprendizado para conseguirmos entender como São Paulo funcionava. Lembro que, na época, decidimos colocar um acento no letreiro do Zaffari, porque vimos que o paulistano ainda não sabia como se pronunciava o nome do mercado. Por isso que o único 'Záffari', com acento, fica em São Paulo”, relembra Claudio Luiz Zaffari, diretor do grupo.

Desde que arremataram a massa falida do Shopping Matarazzo, o grupo gaúcho sabia que queria fazer algo maior naquela região, que tomaria também o outro lado da Rua Palestra Itália — que, no início dos anos 2000, também tinha um outro nome e era um pedaço da Turiassu.

Nesses quase 20 anos, o grupo foi comprando terreno por terreno, até chegar a um lote grande o bastante para, enfim, expandir o Bourbon. A ideia é a construção de um complexo de uso misto (residencial e comercial) no terreno ao lado, que tem cerca de 5 mil metros quadrados.

“Pensamos em trazer uma academia nesse novo terreno. Além disso, planejamos três lajes comerciais que serão interligadas ao shopping por uma passarela”, afirma Claudio Luiz, sem bater o martelo sobre o que será feito com a nova área.

Atualmente, o Grupo Zaffari está avaliando as propostas que foram enviadas por uma incorporadora parceira. As obras devem começar assim que o acordo for fechado — o que Claudio Luiz acredita que aconteça já no final de 2025.

Zaffaris se espalham por SP

Claudio Luiz não se considera um "shoppeiro". E ele explica: apesar do sucesso estrondoso do Bourbon, o foco central do grupo está em suas operações de varejo e atacado, e não no desenvolvimento de shoppings como produto principal.

Tanto que o Grupo Zaffari aceitou ser o supermercado de outro shopping concorrente, o Center Norte, do Grupo Baumgart.

"Recebi o convite da família Baumgart, que conheço há muito tempo. Depois que o Carrefour fechou suas portas, no final de 2024, o antigo prédio, que já tinha abrigado o hipermercado Eldorado nos anos 1990, ficou vago. E o Zaffari fazia sentido com a nova proposta que o Center Norte está trazendo”, afirma.

O local passa por uma reforma intensa e o novo Zaffari deve ser entregue já no final do próximo ano. Segundo o diretor, as obras estão dando todo o enxoval que o supermercado necessita para entregar a qualidade que seus clientes estão acostumados. “Afinal, a ideia é ficar por lá o resto da vida”, brinca.

Além do Zaffari do Bourbon e Center Norte, o grupo também tem o supermercado no Morumbi Town, inaugurado em 2016.

A logística por trás da expansão

Após estabelecer a estrutura de lojas em São Paulo, o grupo precisou de uma pequena central logística. Inicialmente, eles utilizaram um galpão na Barra Funda, bairro adjacente a Pompeia. No entanto, a estrutura ficou pequena para acompanhar o crescimento do Zaffari.

Devido à necessidade de expansão, eles evoluíram e inauguraram, há cerca de um mês, um novo centro logístico em um espaço maior. Com 10 mil metros quadrados, este novo centro fica em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo.

O local hoje é a central que recebe produtos secos, sendo um ponto estratégico para distribuir para os diversos roteiros de São Paulo e receber mercadoria que chega de Porto Alegre.

Além desse centro, já em operação, o grupo planeja construir um tendal frigorífico, na mesma região.

Onde come um, come dois

Para Claudio Luiz Zaffari, ter mais lojas em São Paulo resulta até mesmo na diluição dos custos fixos.

Ele explica que, uma vez que uma estrutura logística mínima e necessária é montada, é até recomendado que se tenha mais operações para que os custos se diluam de maneira mais eficiente.

"A estrutura montada, que inclui diretores, secretariado, jurídico e compradores, gera um custo fixo. Se essa estrutura for utilizada para comprar para mais uma ou mais duas [lojas], a diferença no custo total é pouca. O mais caro, que é montar a estrutura, já aconteceu", explica.

Portanto, o movimento de continuar expandindo em São Paulo e ter mais lojas é uma estratégia para otimizar os investimentos já realizados em estrutura e logística.

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