Mundo

A Itália no ringue dos referendos

Neste 2016, as urnas têm sido fonte de fortes emoções. Depois de surpresas como o Brexit, Donald Trump e a paz na Colômbia, chegou a vez da Itália. Os italianos votam no domingo num referendo que decide se alteram a constituição do país, a fim de tornar mais fácil a aprovação de pautas e mudanças vindas […]

UK Prime Minister, Theresa May Holds Talks With Italian PM Matteo Renzi

UK Prime Minister, Theresa May Holds Talks With Italian PM Matteo Renzi

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 05h46.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h01.

Neste 2016, as urnas têm sido fonte de fortes emoções. Depois de surpresas como o Brexit, Donald Trump e a paz na Colômbia, chegou a vez da Itália. Os italianos votam no domingo num referendo que decide se alteram a constituição do país, a fim de tornar mais fácil a aprovação de pautas e mudanças vindas do executivo. Por razões históricas, a ver o fascismo de Benito Mussolini, qualquer medida que altere a constituição com o intuito de aumentar a concentração de poder nas mãos do executivo precisa ser aprovada pela população.

O projeto, encabeçado pelo primeiro ministro Matteo Renzi, prevê um enfraquecimento do Senado, com a possibilidade da aprovação de medidas somente com a maioria na Câmara. O Senado italiano tem 315 membros, quatro vezes maior que o brasileiro. O objetivo é aprovar uma reforma que tire a Itália de 20 anos de anemia econômica, com uma taxa de desemprego que atinge 11,5% da população. Com a exceção da Grécia, a Itália é o país da Zona do Euro que tem a pior performance econômica pós-crise de 2008. Renzi já deixou afirmado que, caso seja derrotado no referendo, irá renunciar ao cargo — ele se elegeu prometendo mudanças no setor econômico.

O medo, tanto nos mercados quanto nos agentes políticos, é que uma vitória do “não” jogue a Itália em um turbilhão de incerteza que pode enfraquecer o país e também toda a União Europeia, somando-se ao Brexit. A dívida externa da Itália é de preocupantes 132% do PIB e os bancos têm títulos de empréstimos pouco sustentáveis que somam 360 bilhões de euros. Uma crise bancária poderia agravar a questão da dívida. 

As últimas pesquisas do referendo apontam para uma vitória do “não”, 53,5% a 46,5%. Apesar disso, há ainda muitos indecisos e pouca confiança nos institutos de opinião — que estão com pouco crédito na praça. Em um 2016 marcado por tantos reveses, o mais seguro é dizer que qualquer coisa pode acontecer.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeÀs Sete

Mais de Mundo

Putin diz que teve boa conversa com Trump, mas 'ainda não há acordo' sobre Ucrânia

Decisão poupa Argentina de entregar ações da YPF enquanto recursos não forem resolvidos

Governo Trump cria 'lista de lealdade' e classifica empresas por apoio a seu pacote fiscal

Avião B-2, modelo usado em ataque no Irã, passa perto de Putin em encontro com Trump; assista