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Abbas defende contestada via de negociação com Israel

O líder lembrou que "dialoga com os israelenses desde os anos 70" e que a mão dos palestinos "segue estendida para a paz"

Mahmud Abbas: o principal obstáculo para a paz são os mais de 600 mil colonos israelenses instalados no território (©AFP / Majdi Mohammed)

Mahmud Abbas: o principal obstáculo para a paz são os mais de 600 mil colonos israelenses instalados no território (©AFP / Majdi Mohammed)

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AFP

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 09h45.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, defendeu nesta quarta-feira perante seu partido o "diálogo" com os israelenses, em um momento em que os partidários dos assentamentos aumentam a pressão em Israel e a contestação cresce entre os palestinos.

O Fatah reelegeu nesta terça-feira Abbas, de 81 anos, como presidente, na abertura do congresso do partido e um dia depois, apresentou as grandes linhas da futura ação de seu partido, a principal força da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecida mundialmente como representante do conjunto dos palestinos.

Sem surpresas, o líder lembrou que "dialoga com os israelenses desde os anos 70", em uma época em que sua posição ia na contra-corrente do sentir geral em seu partido e lembrou que a mão dos palestinos "segue estendida para a paz".

"Nós dizemos ao povo israelense que queremos a paz, conforme as resoluções internacionais, mas é vosso governo que não quer", afirmou.

Para os palestinos, assim como para a comunidade internacional, o principal obstáculo para a paz e a criação do Estado da Palestina são os mais de 600.000 colonos israelenses instalados na Cisjordânia e em Jerusalém oriental.

Nos últimos anos, Israel continuou construindo residências nos territórios que ocupa, como Cisjordânia e Jerusalém oriental, apropriando-se de terras sobre as quais poderia surgir um Estado palestino.

O discurso de Abbas ocorreu no mesmo dia em que o Parlamento de Israel debateu um texto que, para grande parte da comunidade internacional, poderia ofuscar ainda mais as perspectivas de paz.

O projeto legalizaria 4.000 residências israelenses na Cisjordânia, segundo a organização anti-colonização Paz Agora. Até o momento, estas 4.000 casas não só eram ilegais para a comunidade internacional, mas também para as leis locais.

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