A cada R$ 1 bilhão exportado para a EFTA, o impacto na economia brasileira foi a criação de 19,8 mil empregos (Claudio Neves/Divulgação)
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Publicado em 2 de julho de 2025 às 17h24.
Última atualização em 2 de julho de 2025 às 17h38.
O Brasil possui atualmente 724 oportunidades comerciais para exportar 495 produtos para os países que integram a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
A informação é de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado após a assinatura do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a EFTA, anunciada durante a Cúpula do Mercosul, que aconteceu nesta quarta-feira, 2, em Buenos Aires.
De acordo com a CNI, mais de 80% dos produtos com oportunidades de exportação para o bloco europeu pertencem à indústria de transformação, sendo os setores mais promissores:
Com exceção do setor de móveis, todos os segmentos industriais apresentam potencial de exportação para a EFTA.
Além disso, a parceria também tem forte impacto sobre os investimentos estrangeiros. Em relação a 2024, o estoque de investimentos da EFTA no Brasil atingiu US$ 46,2 bilhões, um crescimento de 135% na comparação com o ano de 2014. Já os investimentos brasileiros no bloco europeu somaram US$ 11,7 bilhões no mesmo período, representando um avanço de 47%.
A EFTA é hoje o terceiro maior parceiro do Brasil no comércio de serviços, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em 2024, o comércio de serviços entre os dois blocos movimentou US$ 3,1 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão em vendas brasileiras e US$ 1,5 bilhão em aquisições.
Para a CNI, trata-se de um acordo de livre comércio entre Mercosul e EFTA com avanço estratégico na inserção internacional do setor industrial brasileiro. “A negociação desse acordo abre oportunidades muito grandes para o setor produtivo brasileiro e amplia a presença da nossa indústria no comércio internacional porque oferece condições melhores de acesso a mercados relevantes e com alto poder de consumo”, afirmou Ricardo Alban, presidente da entidade.
Segundo a organização, os benefícios vão além da abertura de mercado. O documento destaca que, em 2024, cada R$ 1 bilhão exportado para a EFTA gerou impacto direto na economia brasileira, com a criação de 19,8 mil empregos, R$ 448,7 milhões em massa salarial e R$ 3,4 bilhões em valor de produção.