Bruxelas: passageiros aguardam na fila de check-in após falha nos sistemas automatizados causada por ataque digital a aeroportos europeus. (ORIS SMETS/Belga/AFP via Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 07h49.
O Aeroporto de Bruxelas cancelou metade dos voos de partida programados para segunda-feira, já que os problemas técnicos nos sistemas de check-in se estenderam pelo terceiro dia após um ataque cibernético ter interrompido operações em grandes aeroportos europeus durante o fim de semana.
O comunicado do aeroporto no domingo veio um dia depois de pelo menos outros três aeroportos — Berlim-Brandemburgo, Dublin e Heathrow — informarem que o ataque cibernético também havia prejudicado seus processos de check-in e embarque.
O Aeroporto de Bruxelas, aparentemente o mais afetado, decidiu cancelar os voos, alegando que não conseguiu confirmar se o software usado nos sistemas de check-in e embarque estava “restaurado e seguro”.
A agência de notícias Associated Press, citando informações do aeroporto, informou que a decisão afetaria quase 140 das 276 partidas programadas para segunda-feira.
“Recomendamos que os passageiros com voo verifiquem o status de sua viagem antes de se dirigirem ao aeroporto e que só venham se o voo tiver sido confirmado”, disse um porta-voz do aeroporto em comunicado por e-mail.
Bruxelas e outros aeroportos afetados afirmaram que o ataque cibernético à Collins Aerospace, empresa americana que fornece sistemas de check-in e embarque, foi o responsável pela interrupção, que resultou em tempos de espera mais longos para passageiros.
A RTX, controladora da Collins, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário no domingo. Em comunicado no sábado, a empresa disse que o ataque havia interferido em seus sistemas em alguns aeroportos e que estava trabalhando para restaurar “a plena funcionalidade para nossos clientes o mais rápido possível”. Os aeroportos poderiam contornar o problema recorrendo a check-ins manuais, acrescentou a RTX.
O Aeroporto de Bruxelas informou que o ataque cibernético “afetou gravemente” suas operações durante o fim de semana, obrigando a depender de processos manuais para check-ins e embarques.
Ainda não estava claro até que ponto as interrupções se estenderiam nesta segunda-feira. O Aeroporto de Heathrow — o maior de Londres — afirmou em comunicado por e-mail na manhã de segunda que “a grande maioria dos voos em Heathrow está operando normalmente, embora o check-in e o embarque de alguns voos possam levar um pouco mais de tempo que o habitual”.
A Collins, empresa de tecnologia aeroespacial e de defesa com sede em Iowa, teve seu software MUSE afetado pelo ataque, um sistema de processamento de passageiros usado por cerca de 300 companhias aéreas em 100 aeroportos.
“O impacto se limita ao check-in eletrônico de clientes e ao despacho de bagagens”, disse a RTX.
Essa interrupção é a mais recente de uma série de ataques cibernéticos que têm como alvo grandes aeroportos e instituições. Em dezembro do ano passado, um ataque à Japan Airlines causou atrasos em voos domésticos e internacionais.
Em junho, a Universidade Columbia informou que um “hacktivista” realizou um ataque cibernético sofisticado que paralisou seus sistemas e roubou dados de alunos, aparentemente para promover uma agenda política.