Agência de Notícias
Publicado em 31 de julho de 2025 às 17h30.
Última atualização em 31 de julho de 2025 às 17h48.
África registrou uma redução sustentada esta semana nos casos confirmados de mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, nas últimas oito semanas, embora uma nova cepa tenha sido detectada na República Democrática do Congo, informou nesta quinta-feira, 31, a agência de saúde pública da União Africana (UA).
“Na África, houve um pequeno aumento de 1% nos casos suspeitos, mas uma diminuição de 27% nos casos confirmados, de 755 na semana 28 para 553 na semana 29”, disse em entrevista coletiva o chefe da Equipe de Apoio à Gestão de Incidentes, Ngashi Ngongo, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África).
Dos 27 países afetados pela doença, foram registradas 16 mortes por casos suspeitos e 11 por casos confirmados, o que representa um aumento total de 420%, de 45 mortes em 2024 para 189 em 2025, algo que o CDC África atribuiu a melhorias na vigilância da mortalidade.
Até agora em 2024, foram registradas 91.159 pessoas suspeitas de terem sido infectadas com mpox, 114% mais do que em 2024, e 28 mil foram confirmadas com a doença, 144% mais do que no último ano.
Em países como RD Congo, Uganda, Burundi e Serra Leoa, a tendência é de queda, apesar de o número de casos suspeitos continuar elevado.
Na República Democrática do Congo, os casos confirmados diminuíram 42% entre esta e a última semana, e o país tem 845 infecções ativas e uma cobertura de 50% em testes diagnósticos, com uma taxa de positividade de 83%.
Além disso, em Kinshasa, capital da RD Congo, soaram os alarmes com a detecção do clado IIB, uma variante do mpox que até agora circulava na África Ocidental.
A detecção da variante “é motivo de grande preocupação e levanta dúvidas sobre os esforços de vigilância transfronteiriça, que precisam ser fortalecidos e repensados”, declarou Ngongo.
Em Serra Leoa, o ligeiro aumento de casos suspeitos e confirmados nas últimas duas semanas é atribuído à intensificação da busca ativa em nível comunitário, já que o país registra 247 casos ativos e uma cobertura de 100% em testes.
No Malawi, os casos confirmados triplicaram em uma semana, passando de três para nove, onde a taxa de positividade subiu para 64%, embora Ngongo tenha destacado melhorias na vigilância e na mobilização dos trabalhadores comunitários.
Até agora, 11 países receberam vacinas e apenas oito estão imunizando, com mais de três milhões de doses enviadas ao continente e cerca de 938 mil administradas à população.
“Após um período sem vacinas, foi recebida uma nova remessa do governo dos EUA: 249.540 doses distribuídas a sete países com transmissão ativa de mpox. Uganda, Serra Leoa, Libéria, Gana e Malawi receberam doses dos EUA. Guiné e Zâmbia receberam vacinas do UNICEF, 20 mil e 10 mil, respectivamente”, concluiu Ngongo.
A mpox é uma doença viral zoonótica que se transmite de animais para humanos e, posteriormente, de pessoa para pessoa. Embora possa ser leve, em alguns casos provoca complicações graves ou morte, se não for detectada e tratada a tempo.