Mundo

Agências denunciam problemas em reconstrução de Gaza

Atualmente, 100 mil pessoas continuam sem moradia, e muitos vivem em acampamentos provisórios ou escolas, acrescentou o documento


	Mulher observa a cratera no local onde ficava a sua casa, em Jabalia, Faixa de Gaza
 (Roberto Schmidt/AFP)

Mulher observa a cratera no local onde ficava a sua casa, em Jabalia, Faixa de Gaza (Roberto Schmidt/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 14h26.

Jerusalém - Mais de 40 agências humanitárias denunciaram em um relatório divulgado nesta segunda-feira a falta de progresso na reconstrução de Gaza e pediram à comunidade internacional para mudar seu enfoque e cumprir com os compromissos propostos.

O documento divulgado pela ONG Oxfam aponta que depois que os países doadores prometeram US$ 3,5 bilhões em doações, a situação de muitos em Gaza piorou. No ofício ainda consta que nenhuma das 19 mil casas atingidas no conflito bélico com Israel entre julho e agosto de 2014 foram reconstruídas.

Atualmente, 100 mil pessoas continuam sem moradia, e muitos vivem em acampamentos provisórios ou escolas, acrescentou o documento.

"Os discursos promissores que escutamos na conferência de doadores foram vazios. A reconstrução realizada foi mínima, não há um acordo de cessar-fogo permanente, e não existe nenhum plano para acabar com o bloqueio", afirmou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam.

Em 8 de julho, Israel iniciou uma operação militar de 50 dias em Gaza, na qual 2.200 palestinos morreram e outros 11 mil ficaram feridos. A operação resultou tanto em danos nas infraestruturas como nos setores industrial e agrário.

Sob o título de "Estabelecer um novo rumo: superar a estagnação em Gaza", o relatório advertiu que diante da situação e paralisia atual, é inevitável que ocorra um novo conflito, a não ser que os líderes mundiais apliquem um novo enfoque.

As agências humanitárias afirmam que essa posição deve passar por um cessar-fogo permanente ou prestação de contas por parte de todas as medidas impostas pelas constantes violações do direito internacional e do fim do bloqueio israelense.

"Devemos nos certificar que este recente e devastador conflito seja o último. Deve haver consequências para as violações contínuas do direito internacional. Permitindo esta cultura de impunidade, a comunidade internacional está condenando a si mesma a colher os frutos eternamente", segundo William Bell, da ONG Christian Aid.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasPalestinaONGsFaixa de Gaza

Mais de Mundo

EUA dependem do Brasil para fazer carne moída, diz entidade americana que pede fim das tarifas

Justiça da Colômbia ordena libertação de Uribe enquanto decide sobre condenação

Venezuela diz que 'ameaças' dos EUA põem em risco estabilidade latino-americana

EUA aceita pedido de consultas do Brasil para negociar tarifaço de Trump na OMC