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Alemanha aumentará uso de usinas a carvão após cortes de gás russo

Medida é uma guinada de 180 graus para o governo de coalizão alemão, que inclui ambientalistas e que prometeu abandonar o uso do carvão no país até 2030

Gazprom: empresa russa reduziu oferta de gás para Alemanha.  (AFP/AFP)

Gazprom: empresa russa reduziu oferta de gás para Alemanha. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 19 de junho de 2022 às 10h33.

A Alemanha tomará medidas de emergência para garantir seu fornecimento de energia diante dos recentes cortes nas entregas de gás russo, o que implicará recorrer mais ao carvão - anunciou o governo neste domingo (19).

"Para reduzir o consumo de gás, tem que usar menos gás para produzir eletricidade. Em seu lugar, deve-se usar mais as usinas a carvão", declarou o Ministério da Economia em um comunicado.

O governo reage, assim, aos anúncios desta semana do gigante russo Gazprom sobre a redução das entregas de gás, através do gasoduto Nord Stream, no contexto da guerra na Ucrânia e da queda de braço no setor de energia entre os países ocidentais e Moscou.

Essa medida é uma guinada de 180 graus para o governo de coalizão alemão, que inclui ambientalistas e que prometeu abandonar o uso do carvão no país até 2030.

"É amargo, mas é indispensável reduzir o consumo de gás", disse o ministro da Economia, o ambientalista Robert Habeck, em um comunicado.

O pacote de medidas anunciado neste domingo prevê, ainda, um sistema de “leilões” para a venda de gás para as indústrias, o que permitiria, segundo Berlim, reduzir o consumo do poderoso setor manufatureiro alemão.

"A segurança do abastecimento está garantida", mas "a situação é grave", resumiu Habeck.

Esta semana, a Gazprom cortou em 40% suas entregas via Nord Stream, e depois em 33%, alegando um problema técnico. Para o governo alemão, trata-se, no entanto, de uma "decisão política", no contexto do apoio dos países ocidentais à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

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