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Alemanha, França e Reino Unido cobram Israel sobre entrada de ajuda humanitária em Gaza

Estado judeu bloqueou a entrada de comboios internacionais no domingo, em meio à estagnação do acordo de cessar-fogo com o Hamas

Ministros da Alemanha, França e Reino Unido cobram de Israel a entrada de ajuda humanitária em Gaza sem bloqueios (AFP)

Ministros da Alemanha, França e Reino Unido cobram de Israel a entrada de ajuda humanitária em Gaza sem bloqueios (AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de março de 2025 às 15h21.

Última atualização em 5 de março de 2025 às 15h33.

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Ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido emitiram uma declaração conjunta nesta quarta-feira, 5, pedindo que Israel respeite suas obrigações internacionais e garanta que a ajuda humanitária enviada à Faixa de Gaza chegue à população palestina "de forma completa, rápida, segura e sem obstáculos". A solicitação foi feita após o Estado judeu bloquear a entrada de comboios internacionais no enclave no fim de semana.

"A interrupção da entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza, conforme anunciada pelo governo israelense, pode constituir uma violação do direito internacional humanitário", alertaram os chanceleres europeus. "A ajuda humanitária não pode ser condicionada a um cessar-fogo, nem pode ser usada para fins políticos".

Israel anunciou no domingo que estava suspendendo a entrada de ajuda humanitária em Gaza devido a desentendimentos com o grupo terrorista Hamas sobre a próxima etapa do acordo de cessar-fogo, que se encontra estagnado. A trégua entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra devastadora em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

O chanceler de Israel, Gideon Saar, afirmou na terça-feira que a ajuda humanitária se tornou a "principal fonte de renda" do Hamas em Gaza, uma justificativa que parece corroborar o bloqueio imposto pelo país ao enclave palestino. O grupo palestino, ainda no domingo, denunciou a decisão como "uma chantagem barata, um crime de guerra e um ataque descarado contra o acordo" de trégua.

O movimento palestino armado, que governa Gaza desde 2007, também pediu que "os mediadores e a comunidade internacional pressionem" Israel para que "ponha fim às suas medidas punitivas e imorais contra mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza", devastada após 15 meses de guerra, iniciada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel.

Ainda na declaração conjunta, os ministros europeus lembraram que "a situação humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica". Em paralelo, pediram que o Hamas libertasse "todos os reféns" mantidos em solo palestino desde o atentado, instando o grupo a "pôr fim ao tratamento degradante e humilhante" ao qual os reféns estão sendo submetidos.

A primeira fase da trégua viu a libertação de 33 reféns, oito deles mortos, em troca de cerca de 1,8 mil prisioneiros palestinos. Pelos termos do acordo, todos os reféns vivos mantidos em Gaza seriam libertados na segunda fase em troca de novas libertações de prisioneiros palestinos. Contudo, Israel e Hamas discordam sobre a nova etapa.

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