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Anexar Cisjordânia geraria crise com EUA, diz ministro israelense

O titular de Defesa pediu que ficasse claro que "não há nenhuma intenção de impor a soberania" ao território

Avigdor Lieberman: a medida tem sido reivindicada por vários políticos israelenses e por movimentos pró-colonização (Lior Mizrahi/Getty Images)

Avigdor Lieberman: a medida tem sido reivindicada por vários políticos israelenses e por movimentos pró-colonização (Lior Mizrahi/Getty Images)

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EFE

Publicado em 6 de março de 2017 às 12h02.

Jerusalém - O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou nesta segunda-feira que se Israel anexasse o território palestino ocupado da Cisjordânia, como reivindicam alguns deputados, isto desencadearia uma "crise imediata" com o governo dos Estados Unidos e inconvenientes econômicos para o Estado judeu.

"Recebemos uma mensagem direta. Impor a soberania israelense (na Cisjordânia) significaria uma crise imediata com a nova administração", disse Lieberman ao Comitê de Defesa e Relações Exteriores do Knesset, o parlamento israelense, informou o jornal "Ha'aretz".

O titular de Defesa pediu ao Executivo que "deixasse claro que não há nenhuma intenção de impor a soberania", em referência aos pedidos feitos por vários políticos israelenses e por movimentos pró-colonização de anexar todos ou parte dos territórios palestinos ocupados desde 1967.

"Estou recebendo telefonemas de todo o mundo, perguntando sobre a posição da coalizão (governamental). Na minha opinião, precisamos nos separar dos palestinos e não integrá-los. A decisão de anexar a Judéia e a Samaria (nomes bíblicos para a Cisjordânia) significaria incorporar 2,7 milhões de palestinos em Israel", disse Lieberman.

Em fevereiro e durante uma visita a Washington do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente Trump abriu as portas para novas opções para a resolução do conflito entre israelenses e palestinos, frente à posição anterior da defesa da solução de dois Estados como a única possível.

Esta foi a base de todas as negociações de paz desde a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993 e implica o reconhecimento internacional de um Estado palestino independente e a determinação de fronteiras definitivas com Israel.

Desde então, aumentaram as especulações sobre as possibilidades da nova posição de Washington, rejeitada plenamente pelos palestinos e por grande parte da comunidade internacional.

Lieberman assegurou que, para ele, o problema não radica tanto na resposta da comunidade internacional diante de uma possível anexação, mas nos inconvenientes econômicos para Israel.

Os palestinos "pelo menos, teriam que receber o status de residentes. Isso quer dizer que, desde o primeiro dia, 20 bilhões de shekels (5,126 bilhões de euros) da Previdência Social se destinariam ao pagamento de seguro desemprego, licença maternidade e outras despesas", advertiu o ministro.

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