Agência de notícias
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 09h39.
Um dia após o duro discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra sua viagem aos Estados Unidos nesta quarta-feira, em mais um evento no qual deve fazer um contraponto ao presidente Donald Trump. Ele é um dos convidados no evento "Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo".
Lula deve ressaltar a importância de debater formas de fortalecer as instituições democráticas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi convidado.
De acordo com interlocutores que participam da delegação que acompanha o presidente em Nova York, Lula usará a reunião para fazer um apelo em defesa da democracia aos países que participarão do encontro e alertar os chefes de Estado e de governo presentes sobre os riscos causados pelo crescimento da extrema direita no mundo. Mais de 15 líderes mundiais confirmaram presença.
Lula copresidirá a reunião juntamente com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Chile, Gabriel Boric; do Uruguai, Yamandú Orsi; e com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. A primeira edição do evento ocorreu em meados deste ano, no Chile. Membros da delegação brasileira consideram o encontro de hoje como um dos grandes destaques da visita a Nova York.
Um dia antes, na terça-feira, Lula fez um forte discurso na reunião da Assembleia Geral da ONU, com recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Diante da pressão de Trump para que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja poupado no processo em que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o mandatário brasileiro, sem citar nomes, afirmou que democracia e soberania são inegociáveis.
Donald Trump discursou logo após Lula. Antes de ir para a tribuna, o americano cumprimentou o presidente do Brasil e ambos teriam combinado uma conversa na semana que vem. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o mais provável é que o diálogo ocorra por telefone ou videoconferência.
Lula chegou a Nova York no último domingo. Na segunda-feira, participou de uma reunião sobre a situação na Faixa de Gaza, quando reforçou a defesa de um Estado Palestino — posição brasileira desde 2010. Nos dois últimos dias, França, Portugal, Austrália, Reino Unido e Canadá anunciaram o reconhecimento da Palestina como Estado, o que contraria Israel e os EUA.
Como anfitrião da conferência mundial sobre o clima, a COP30, que acontecerá em Belém (PA), no próximo mês de novembro, Lula presidiu, na terça-feira, um evento de alto nível para promover o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A ideia foi lançada pelo governo brasileiro.
Além da reunião sobre democracia, Lula participará de um encontro com chefes de Estado sobre ação climática e a COP30, nesta quarta-feira, organizado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. O objetivo é fazer um apelo à comunidade internacional para a apresentação de novas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera durante a conferência de Belém.
Também estão previstos encontros bilaterais com Guterres e outros chefes de Estado e de governo.