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Após queda do primeiro-ministro, presidente português abre consultas para antecipação de eleição

Na terça-feira, Montenegro perdeu uma moção de confiança na Câmara; decisão de convocar ou não eleições está agora nas mãos de Rebelo de Sousa

Crise política em Portugal: presidente Marcelo Rebelo de Sousa discute futuro do governo após a queda de Luis Montenegro (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Crise política em Portugal: presidente Marcelo Rebelo de Sousa discute futuro do governo após a queda de Luis Montenegro (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 12 de março de 2025 às 14h29.

O presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se com os partidos representados no Parlamento nesta quarta-feira, um dia após a queda do governo do primeiro-ministro de centro-direita Luis Montenegro, como um passo preliminar para a provável convocação de eleições antecipadas. Montenegro chegou ao poder há quase um ano, sem maioria absoluta, e está envolvido em uma controvérsia sobre um potencial conflito de interesses que afeta diretamente sua família.

Na terça-feira, ele perdeu uma moção de confiança na Câmara, onde os deputados socialistas, os do partido de extrema-direita Chega e os da extrema esquerda votaram contra ele.

A decisão de convocar ou não eleições está agora nas mãos do presidente. Nesta quarta-feira, Rebelo de Sousa recebeu o Partido Social-Democrata (PSD), Luís Montenegro, que defendeu uma votação antecipada. Sousa também recebeu representantes do Partido Socialista, principal partido de oposição, assim como membros do Chega.

Consultas e o parecer do Conselho de Estado

Após consultas com representantes dos demais grupos políticos, o presidente aguardará o parecer do Conselho de Estado — um órgão consultivo que assessora o Presidente — para então anunciar sua decisão, prevista para a tarde de quinta-feira ou sexta-feira.

O chefe de Estado já afirmou que trabalha com "todos os cenários". Suas opções são viabilizar a formação de um novo governo ou dissolver o Parlamento e antecipar as eleições legislativas para 11 ou 18 de maio. Nesse caso, seriam as terceiras eleições legislativas em Portugal desde janeiro de 2022, e Montenegro já declarou que voltaria a ser candidato.

Escândalos familiares e pressão da oposição

O líder de centro-direita tem sido atingido por vários escândalos. O principal envolve uma empresa de prestação de serviços pertencente a sua esposa e seus filhos, que possui contratos com diversas companhias privadas. Entre elas, está um grupo que opera sob concessões estatais.

Desde que as revelações ressurgiram, o chefe de governo, que já havia sobrevivido a duas moções de censura no passado, anunciou que a empresa familiar permaneceria exclusivamente nas mãos de seus filhos. No entanto, a oposição continuou pressionando para que ele desse mais explicações, dentro do contexto de uma comissão parlamentar de inquérito cuja criação foi solicitada pelos socialistas no início da semana.

Cenário eleitoral em Portugal

Em caso de eleições, o Partido Socialista (PS) obteria 30,8% dos votos, enquanto a Aliança Democrática de Centro, liderada por Luís Montenegro, ficaria com 25,8%, de acordo com uma pesquisa publicada na terça-feira pelo Diário de Notícias. O Chega permaneceria estável, em torno de 17%.

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