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Arábia Saudita promete investir US$ 600 bilhões nos EUA durante visita de Trump

Negócios incluem compra histórica de itens de defesa e outras tecnologias


O presidente dos EUA, Donald Trump, e o príncipe Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita, durante evento em Riad (Brendan Smialowski/AFP)

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o príncipe Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita, durante evento em Riad (Brendan Smialowski/AFP)

Publicado em 13 de maio de 2025 às 15h06.

Última atualização em 13 de maio de 2025 às 15h07.

A Casa Branca anunciou nesta terça-feira que o presidente americano, Donald Trump, garantiu um compromisso do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, de que o país árabe investirá US$ 600 bilhões nos Estados Unidos, incluindo uma compra histórica em matéria de defesa.

O valor principal deste anúncio é de quase US$ 142 bilhões em gastos com defesa, o que representa o "maior acordo de vendas de defesa da história", segundo a Casa Branca.

Trump foi recebido com uma impressionante escolta de caças F-15 sauditas quando se aproximava de Riad, no início de um giro que a Casa Branca chamou de "histórico" e que se apresenta como uma das grandes viagens ao exterior do presidente americano.

O príncipe herdeiro saudita e governante de fato do reino, Mohamed bin Salman, recebeu Trump na pista de pouso, decorada com um tapete de cor lavanda.

Sob lustres imponentes, Trump recebeu com satisfação a promessa de Mohammed bin Salman de US$ 600 bilhões (R$ 3,37 trilhões) em investimentos e brincou que Riad deveria investir US$ 1 trilhão (R$ 5,62 trilhões).

No caso dos Estados Unidos, "provavelmente estamos falando de dois milhões de empregos", acrescentou.

"Temos os maiores líderes empresariais do mundo aqui hoje, e eles vão sair com um monte de cheques", disse Trump ao príncipe.

Caças e IA

Segundo o governo dos EUA, mais de uma dúzia de empresas de defesa dos EUA se beneficiarão desses acordos. No entanto, não especificou se estes incluirão os avançados caças F-35, que a Arábia Saudita há muito tempo busca adquirir e que Israel possui há quase uma década.

Em seu anúncio, a Casa Branca destacou apenas que este acordo fortalecerá a modernização militar da Arábia Saudita e promoverá a segurança regional.

Os investimentos incluirão ainda US$ 80 bilhões em investimentos em tecnologia de ponta de empresas como Google, DataVolt, Oracle, Salesforce, AMD e Uber.

A DataVolt, da Arábia Saudita, também investirá US$ 20 bilhões em data centers de inteligência artificial, energia e infraestrutura nos Estados Unidos, segundo a Casa Branca, que adicionou a esse valor total de investimento projetos já em andamento em infraestruturas sauditas e outros em energia, aviação, saúde e infraestrutura.

O investimento “durará por gerações”, destacou a Casa Branca em um comunicado. 

O anúncio inclui a criação de vários fundos conjuntos para investimentos em setores específicos: com diferentes aportes de US$ 5 bilhões para um do fundo de energia e outro de defesa e aeroespacial, assim como um fundo de US$ 4 bilhões focado em esportes.

Roteiro da viagem

Após sua visita a Riad, o presidente republicano viajará ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos.

A decisão de escolher novamente os ricos Estados petrolíferos do Golfo para sua primeira viagem oficial, após uma rápida passagem pelo Vaticano para o funeral do papa Francisco, destaca o papel geopolítico que estes países adquiriram e sua importância como parceiros comerciais dos Estados Unidos.

Em seu primeiro mandato, Trump também escolheu a Arábia Saudita como destino de sua primeira viagem ao exterior.

O conflito entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza será um tema central da viagem, depois que o grupo libertou Edan Alexander, um refém israelense com cidadania americana sequestrado no ataque de 7 de outubro de 2023.

Outro assunto na agenda é o programa nuclear do Irã, após a retomada das negociações entre Washington e Teerã com a mediação de Omã.

No entanto, os esforços para que a Arábia Saudita, como grande potência regional, reconheça Israel provavelmente não estarão na agenda, já que Riad insiste que as bases para um estado palestino devem primeiro ser estabelecidas para selar este acordo.

Com AFP e EFE.

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