Redação Exame
Publicado em 1 de novembro de 2025 às 14h31.
A Polícia da Argentina prendeu três brasileiros suspeitos de integrar o Comando Vermelho na província de Misiones, na fronteira com o Brasil. A ação ocorreu na sexta-feira, 31 de outubro, na cidade de Alba Posse, que faz divisa com o Rio Grande do Sul.
De acordo com as autoridades argentinas, os homens com suposta ligação com o Comando Vermelho — identificados como Ednei Carlos dos Santos, Luis Eduardo Teixeira de Souza e Jackson Santos de Jesús — são naturais do Rio de Janeiro e residiam em Rio das Ostras (RJ). Eles têm entre 23 e 35 anos e teriam entrado ilegalmente no território argentino.
A polícia de Misiones informou que mantém comunicação direta com as polícias Militar e Civil do Brasil para verificar se há mandados de prisão, antecedentes criminais ou alertas internacionais em nome dos detidos.
Segundo o comunicado oficial divulgado nas redes sociais da instituição, dois dos brasileiros possuem antecedentes por tráfico de drogas, e o terceiro, por agressão.
As investigações buscam confirmar vínculos com a facção criminosa Comando Vermelho, uma das maiores organizações do tráfico no Brasil.
As autoridades suspeitam que os três homens fugiram do Brasil após a Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro na terça-feira, 28 de outubro.
A ação, considerada a mais letal da história do estado, resultou na morte de 132 pessoas ligadas ao Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha.
A operação foi coordenada pelo governo fluminense, sob comando do governador Cláudio Castro (PL), e tinha como objetivo desarticular células do Comando Vermelho nas comunidades dominadas pela facção.
A Polícia de Misiones afirmou que seguirá colaborando com as autoridades brasileiras no intercâmbio de informações criminais e de inteligência. A investigação conjunta deve determinar se os brasileiros presos na Argentina planejavam se refugiar ou reorganizar atividades ligadas ao Comando Vermelho em território argentino.
Os suspeitos permanecem detidos na sede policial de Alba Posse, à disposição da Justiça argentina e das autoridades consulares do Brasil.