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Assad apoia trégua na Síria e acusa oposição de violações

O presidente disse que o Exército sírio não reagiu às violações da trégua para dar uma chance ao pacto


	Bashar al-Assad: o presidente disse que o Exército sírio não reagiu às violações da trégua para dar uma chance ao pacto
 (Joseph Eid / AFP)

Bashar al-Assad: o presidente disse que o Exército sírio não reagiu às violações da trégua para dar uma chance ao pacto (Joseph Eid / AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 11h46.

Berlim/Beirute - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, descreveu a cessação de hostilidades em vigor desde sábado no país como um "vislumbre de esperança", e acusou a oposição de violar o acordo que almeja encerrar quase cinco anos de combates.

Seus opositores, por outro lado, acusaram o governo sírio de desrespeitar a frágil trégua atacando repetidamente suas posições, o que Damasco nega.

Observadores internacionais reconheceram as violações do acordo, mas enfatizaram que o nível de violência diminuiu consideravelmente.

"Faremos nossa parte para que a coisa toda funcione", disse dito Assad em trecho de uma entrevista à rede pública de televisão alemã ARD.

O presidente disse que o Exército sírio não reagiu às violações da trégua para dar uma chance ao pacto.

"Os terroristas violaram o acordo desde o primeiro dia. Nós, como Exército da Síria, estamos evitando reagir para dar uma chance de se manter o acordo. Mas no final das contas tudo tem limite, e tudo depende do outro lado", afirmou Assad.

O presidente disse ainda que o povo da Síria está sofrendo um "desastre humanitário".

A guerra já matou pelo menos 250 mil pessoas e obrigou milhões a abandonarem seus lares. A Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a cessação das hostilidades lhe permita levar ajuda a mais de 150 mil pessoas em áreas sitiadas do território sírio.

O acordo de cessação das hostilidades, elaborado por EUA e Rússia, também é visto pela ONU como uma oportunidade de ressuscitar as conversas de paz, que desmoronaram antes mesmo de começarem um mês atrás, em Genebra.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disseram haver uma necessidade urgente de implementar o acordo e de levar as partes em conflito de volta à mesa de negociações, afirmou um comunicado da organização.

O pacto não inclui o Estado Islâmico nem a Frente Nusra, e Assad e seus apoiadores russos deixaram claro que pretendem continuar atacando os grupos jihadistas.

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