Mundo

Austeridade e excesso devem marcar economia global em 2011

Muitos dos países desenvolvidos prometeram frugalidade para 2011, enquanto nações emergentes correm o risco de superaquecer

Países emergentes, como a China, devem crescer bem mais rápido que as economias avançadas (Anderson Schneider)

Países emergentes, como a China, devem crescer bem mais rápido que as economias avançadas (Anderson Schneider)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 14h43.

Washington - 2011 Deve ser o ano da fartura e da fome na economia.

Muitos dos países desenvolvidos prometeram frugalidade para 2011, enquanto nações emergentes correm o risco de superaquecer. A economia global precisa suportar ambas as forças para cumprir as expectativas de crescimento.

A companhia de dicionários Merriam-Webster colocou a palavra "austeridade" no primeiro lugar de 2010, porque muitas pessoas buscaram seu significado na página da empresa quando os problemas de dívida da Europa explodiram. (Não foi a primeira vez que a economia global teve tal destaque. Há dois anos, a palavra principal era "resgate", ou "bailout" em inglês).

Muitas das promessas de austeridade entram em vigor no ano que vem. Portugal prometeu cortes salariais de 5 por cento para trabalhadores públicos. O Parlamento da Espanha aprovou um Orçamento que inclui uma redução de 7,9 por cento nos gastos públicos. A Irlanda pretende tirar 4 bilhões de euros dos gastos.

Medidas orçamentárias do tipo são uma das razões pelas quais economistas consultados pela Reuters acreditam que o crescimento da zona do euro irá desacelerar para 1,5 por cento ano que vem, menos que a taxa já lenta de 1,7 por cento registrada em 2010.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, após dois anos, uma redução de 1 por cento no déficit fiscal faz o Produto Interno Bruto (PIB) perder meio ponto percentual, além de elevar o desemprego em 0,3 ponto.

Os Estados Unidos também enfrentam seu próprio combate de austeridade, com republicanos no Congresso insistindo em cortes de gastos. A perspectiva de expansão econômica para os EUA em 2011 parece um tanto melhor que a perspectiva para a Europa, embora as projeções norte-americanas ainda estejam abaixo do necessário para alentar o mercado de trabalho do país.

Sung Won Sohn, economista da Universidade Estadual da Califórnia, prevê um crescimento de 3 por cento para os EUA em 2011, mas diz que a falta de empregos continua sendo o "calcanhar de Aquiles" da economia.

"Os consumidores americanos querem economizar mais, pagar dívidas e deixar suas finanças em melhor forma", disse ele. "Enquanto os consumidores estiverem cautelosos, em parte por causa do cenário ruim para o emprego, será difícil ter um crescimento econômico saudável."

ADEUS G7, OLÁ G20

Não é segredo que os países emergentes estejam crescendo bem mais rápido que as economias avançadas. O FMI estima que os emergentes crescerão 6,4 por cento no próximo ano, quase três vezes a taxa das nações desenvolvidas.

O FMI projeta um crescimento econômico mundial de 4,2 por cento em 2011, taxa menor que a de 2010, mas bem acima do ritmo de recessão dos dois anos anteriores.

O desempenho forte da China, do Brasil e da Índia impulsionaram o comércio global, ajudando o crescimento nos EUA, na Europa e no Japão.

"Adeus G7, e olá G20!", disse Andreas Utermann, diretor de investimentos da empresa de gerenciamento de fundos RCM, referindo-se ao Grupo das 7 economias desenvolvidas e ao G20, clube que inclui países emergentes

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrises em empresasDesenvolvimento econômicoPaíses emergentes

Mais de Mundo

Ao lado de Macron, Trump diz que guerra na Ucrânia pode terminar 'em questão de semanas'

Trump diz que tarifas planejadas para o México e Canadá 'seguirão em frente' no próximo mês

Papa Francisco tem 'leve melhora' em quadro de saúde, mas estado ainda é crítico

Conheça a guerra que inspirou a série Game Of Thrones