Anthony Albanese: premiê australiano confirma apoio ao reconhecimento da Palestina na ONU durante coletiva de imprensa em Canberra, em 11 de agosto de 2025. (HILARY WARDHAUGH/AFP /Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 07h25.
O governo da Austrália reconhecerá o Estado palestino durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro, anunciou nesta segunda-feira, 11, o primeiro-ministro Anthony Albanese.
"A paz será apenas temporária enquanto israelenses e palestinos não tiverem seus respectivos Estados permanentes", declarou o chefe de governo trabalhista. "A Austrália reconhecerá o direito do povo palestino de ter seu próprio Estado", acrescentou.
Vários países, incluindo Canadá, França e Reino Unido, já anunciaram a intenção de reconhecer a Palestina desde o início da ofensiva israelense em Gaza, há quase dois anos, deflagrada após um ataque sem precedentes do grupo Hamas.
Segundo levantamento da agência AFP, ao menos 145 dos 193 Estados-membros da ONU já reconhecem ou pretendem reconhecer o Estado palestino.
Albanese afirmou ter recebido garantias da Autoridade Palestina de que "não haverá nenhum papel para os terroristas do Hamas em um futuro Estado palestino". "Aqui há um momento de oportunidade e a Austrália trabalhará com a comunidade internacional para aproveitá-lo", completou.
Israel enfrenta pressão crescente para encerrar a ofensiva na Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de palestinos vivem sob risco de "fome generalizada", segundo a ONU.
Na última sexta-feira, o gabinete de segurança israelense aprovou um plano para tomar o controle da Cidade de Gaza, maior aglomeração do território, com o objetivo de derrotar o Hamas e libertar reféns.
A medida gerou preocupação entre as famílias das pessoas sequestradas pelo grupo durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que matou 1.219 israelenses, a maioria civis, segundo dados oficiais compilados pela AFP.
O Hamas advertiu que a nova ofensiva resultará no "sacrifício" dos reféns. Desde o início da guerra, a operação militar israelense em Gaza deixou mais de 61 mil mortos — majoritariamente civis, mulheres e crianças — de acordo com números do Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.