Anthony Albanese: primeiro-ministro busca renovar o mandato por mais três anos (Asanka Ratnayake /Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 2 de maio de 2025 às 15h16.
Os principais candidatos a primeiro-ministro da Austrália, o trabalhista Anthony Albanese e o conservador Peter Dutton, encerraram nesta sexta-feira, 2, suas campanhas para as eleições gerais de sábado, que prometem ser acirradas e têm sido marcadas pelo alto custo de vida e pelas tarifas de Donald Trump.
Albanese, primeiro-ministro desde a vitória do Partido Trabalhista nas eleições de maio de 2022, busca renovar o mandato por mais três anos com um discurso cheio de compromissos e avanços sociais, ao mesmo tempo em que desperta o medo da coalizão de oposição.
"Em tempos de incerteza, vocês podem ter certeza de que o Partido Trabalhista tem um plano para construir o futuro da Austrália, e vocês podem ter certeza de que a coalizão (conservadora) fará cortes e o caos", disse Albanese nesta sexta-feira, em entrevista coletiva.
O atual premiê, com reconhecido espírito de negociação, prometeu viajar aos Estados Unidos como seu primeiro destino no exterior se conseguir manter o cargo para negociar as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump.
Além das tarifas básicas de importação de 10% de qualquer país em vigor desde 5 de abril, a Austrália também foi atingida pelas taxas de 25% sobre aço e alumínio, apesar de os EUA terem um superávit comercial bilateral com a Austrália.
A larga sombra de Trump tem sido um dos pesos da campanha de Dutton, chefe da coalizão Liberal-Nacional, que previu "grandes surpresas" na noite da eleição.
"O que eu diria aos australianos nesta eleição é que eles têm uma escolha e um momento decisivo. Não tenho dúvidas de que podemos vencer a eleição e colocar nosso país de volta no caminho certo", disse Dutton à imprensa em seus comentários finais.
A estratégia da oposição, com vários acenos que emulavam as políticas do presidente dos EUA, parecia funcionar e permitiu que ele assumisse uma liderança dominante nas pesquisas até o final de 2024.
Mas a imprevisível política tarifária de Washington após a chegada de Trump à Casa Branca e alguns "erros" admitidos durante a campanha prejudicaram as chances de Dutton, e ele agora se encontra em desvantagem.
Uma pesquisa da RedBridge-Accent divulgada na quarta-feira passada mostra que 53% dos entrevistados pretendem votar nos trabalhistas, contra 47% que devem optar pela coalizão conservadora de Dutton, levando em conta apenas os principais partidos da Austrália.
No entanto, especialistas apontam para a possibilidade de que os trabalhistas não consigam uma maioria absoluta e sejam forçados a fazer acordos com partidos minoritários ou parlamentares independentes para garantir o governo.
O desencanto e a erosão do sistema bipartidário da Austrália são palpáveis entre os eleitores.
"Às vezes, trata-se de encontrar a melhor alternativa porque nenhum (dos principais partidos) está tratando de todas as questões. Acho que a maioria dos australianos não acredita que eles estejam lidando com as maiores preocupações", disse Libby à Agência EFE.
Mais de 18 milhões de australianos são obrigados por lei a votar nas eleições, dos quais cerca de 40% já votaram antecipadamente, de acordo com dados da Comissão Eleitoral Australiana.