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Australiana é condenada por matar sogros com cogumelos venenosos

Julgamento sobre uso de cogumelos Amanita phalloides atraiu atenção global

Erin Patterson: mulher foi condenada por homicídio após preparar refeição com cogumelos venenosos para sogros (Wikimedia Commons)

Erin Patterson: mulher foi condenada por homicídio após preparar refeição com cogumelos venenosos para sogros (Wikimedia Commons)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 7 de julho de 2025 às 08h13.

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A Justiça da Austrália declarou nesta segunda-feira, 7, uma mulher culpada pelo assassinato dos pais e de uma tia de seu marido ao envenenar as vítimas com cogumelos tóxicos, após um julgamento que despertou interesse mundial.

Os crimes aconteceram em julho de 2023, quando Erin Patterson recebeu os familiares de seu marido — do qual estava separada — para um almoço que começou com uma oração e conversa animada, mas terminou com três de seus convidados mortos.

Ao longo do julgamento, que durou mais de dois meses, a acusada afirmou que o prato que havia preparado foi envenenado acidentalmente com cogumelos Amanita phalloides, também conhecido como cogumelo da morte, considerado um dos mais letais do mundo.

Mas um júri formado por 12 pessoas declarou a mulher de 50 anos culpada de homicídio triplo.

Ela também foi declarada culpada de tentar assassinar um quarto convidado, que sobreviveu depois de passar várias semanas hospitalizado.

Julgamento atrai atenção global e expõe detalhes do caso

O julgamento atraiu podcasters, equipes de filmagem e fãs de programas de true crime para a localidade rural de Morwell, uma cidade tranquila no estado de Victoria, conhecida por suas rosas premiadas.

Jornalistas de todo o mundo acompanharam com interesse cada detalhe do julgamento.

Em 29 de julho de 2023, a anfitriã recebeu para um almoço Don e Gail Patterson, pais de seu marido Simon, de quem estava separada, mas ainda legalmente casada.

Também foram convidados a tia de Simon, Heather, e seu marido Ian, um pastor local.

Simon também havia sido convidado, mas desistiu no último minuto. O casal tinha divergências sobre a pensão alimentícia dos filhos.

Uso do cogumelo da morte e estratégia do envenenamento

Erin Patterson preparou um almoço que consistia em bife Wellington (uma especialidade da culinária inglesa com carne bovina e cogumelos picados).

Os cogumelos da morte são facilmente confundidos com outras variedades de cogumelos comestíveis e, ao que parece, têm um sabor doce que oculta sua potente toxicidade.

O veneno contido nos cogumelos rapidamente afetou os convidados, desencadeando efeitos devastadores. Don, Gail e Heather morreram em uma semana.

"Não poderiam ter sobrevivido", afirmou o especialista em cuidados intensivos Stephen Warrillow durante o julgamento.

Investigação revelou indícios de premeditação

Os detetives rapidamente encontraram evidências que sugeriam que Erin, fã de livros policiais, havia preparado a refeição com a intenção de matar.

Segundo a Promotoria, ela convidou os parentes do marido para supostamente anunciar que havia sido diagnosticada com câncer e para pedir conselhos sobre como revelar a notícia aos filhos.

Mas nenhuma evidência foi encontrada sobre o suposto diagnóstico médico. O promotor afirmou que era uma mentira para atrair os convidados à residência.

Durante o julgamento, a mãe de dois filhos alegou que as mortes foram acidentais e seus advogados descreveram o ocorrido como um "terrível acidente".

Os parentes das vítimas se recusaram a falar com a imprensa após o veredicto e pediram privacidade em um comunicado divulgado pela polícia.

Uma amiga de Erin Patterson não escondeu a emoção ao deixar o tribunal. "Estou triste. Mas é assim que as coisas são", disse à imprensa.

A sentença da acusada será anunciada em um momento posterior.

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