Agência de notícias
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 13h06.
Nesta quarta-feira, 24, um avião das Forças Armadas da Espanha, que transportava a ministra da Defesa, Margarita Robles, sofreu uma perturbação no sistema de GPS enquanto sobrevoava Kaliningrado, um enclave russo entre a Polônia e a Lituânia, países membros da OTAN.
O governo espanhol confirmou que a tentativa de interferência não afetou a viagem e foi apenas uma “perturbação” temporária no sistema de navegação da aeronave.
A aeronave, um Airbus A330, estava em rota para uma visita à base aérea de Siauliai, na Lituânia, acompanhada de jornalistas e parentes de tropas espanholas. A ministra Robles realizou sua visita oficial à base, que é usada por forças da OTAN.
Apesar da tentativa de interferência, o avião utilizou um sistema de navegação militar, baseado em satélites, para continuar a viagem sem problemas. O Ministério da Defesa espanhol explicou que, além do GPS civil, as aeronaves da Força Aérea Espanhola contam com tecnologias auxiliares para garantir a segurança de seus voos, mesmo diante de tentativas de interferência nos sinais.
“A perturbacão não colocou a viagem em risco, pois o avião tem sistemas alternativos que garantiram a navegação segura”, disse o governo espanhol.
Este não foi o primeiro incidente de interferência no GPS na região. Desde o início da invasão russa à Ucrânia, houve diversos relatos de perturbações nos sistemas de navegação, especialmente em áreas próximas à fronteira com a Rússia, sendo que Moscou é frequentemente apontada como responsável, embora o Kremlin negue qualquer envolvimento.
Em agosto de 2025, uma aeronave que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também sofreu interferência nos sistemas de navegação enquanto se aproximava para pousar na Bulgária. Os tripulantes tiveram que recorrer a sistemas auxiliares, incluindo cartas de navegação, para completar o voo com segurança.
A interferência de sinais de GPS é considerada uma ferramenta de defesa pela Rússia, especialmente em áreas estratégicas como Kaliningrado.
Esse tipo de interferência não é isolado. Em 2024, a FinnAir, uma companhia aérea finlandesa, suspendeu voos para Tartu, na Estônia, após duas aeronaves não conseguirem pousar devido à interrupção do GPS. Para garantir a segurança, as empresas aéreas na região estão adaptando suas práticas e aprimorando o uso de sistemas de navegação alternativos.
A FinnAir destacou que suas aeronaves têm a capacidade de usar diversos sistemas de navegação, como DME-DME e IRUs, para garantir a precisão, mesmo sem o GPS funcionando. “A interferência normalmente dura apenas alguns minutos e nossas aeronaves podem manter a precisão de navegação por horas sem GPS”, explicou a empresa.
No contexto atual, com a intensificação da guerra na Ucrânia, as tentativas de interferência nos sistemas de navegação têm sido um ponto de tensão. Apesar das investigações sobre a origem dessas interferências, a Rússia segue negando seu envolvimento, enquanto a comunidade internacional continua a monitorar esses incidentes com preocupação.