Javier Milei: presidente publicou uma imagem gerada por IA ironizando a situação (ABRAMOVICH / AFP)
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Publicado em 27 de maio de 2025 às 08h47.
Última atualização em 27 de maio de 2025 às 08h55.
O presidente da Argentina, Javier Milei, criticou o famoso ator Ricardo Darín após o artista reclamar publicamente do preço das empanadas — um dos pratos mais tradicionais do país.
Darín, protagonista da série "El Eternauta", revelou em programa de TV que pagou 48 mil pesos argentinos (cerca de US$ 42) por uma dúzia de empanadas. Na ocasião, ele criticou as decisões econômicas do presidente Milei, destacando a inflação e o alto custo de vida.
O governo respondeu rapidamente. O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que Darín teria comprado empanadas gourmet, que custam mais caro, e que é possível comprar o mesmo número de empanadas por cerca de 16 mil pesos (US$ 14).
O presidente Milei foi além e publicou uma imagem gerada por inteligência artificial, ironizando a reclamação.
RICADO MANDRIL pic.twitter.com/DWfSb97zvj
— Hombre Gris (@hombregrisxd) May 26, 2025
Segundo dados oficiais da prefeitura de Buenos Aires, o preço médio de 12 empanadas gira em torno de 22 mil pesos (aproximadamente US$ 19).
Após as críticas do governo, Darín reafirmou que os preços no país estão altos e que a população está ciente dessa realidade.
Embora a inflação anual da Argentina tenha caído de 25,5% em dezembro para 2,8% em abril de 2024, o peso argentino valorizou-se mais de 40% em relação ao dólar no mesmo período. Essa valorização fez com que os preços em dólar subissem, encarecendo diversos produtos locais.
Segundo a Bloomberg, a Argentina tem o segundo hambúrguer Bic Mac mais caro do mundo (US$ 7) e o café mais caro da América Latina (US$ 3,50), reflexo da alta dos preços em dólar.
Especialistas afirmam que, apesar do aumento salarial em dólares, o poder de compra do argentino diminuiu. Desde novembro, o preço das empanadas subiu cerca de 240%, superando a inflação geral de 219%. Isso se deve principalmente ao fim dos subsídios alimentares que existiam no governo anterior.
"No final, o povo perdeu poder de compra", disse o economista Sebastián Menescaldi.