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Berlusconi pagou a máfia para garantir proteção nos anos 70

Em veredicto do Tribunal Supremo, Berlusconi é descrito como "uma vítima que atuou por necessidade"

O ex-chefe de governo italiano atualmente é objeto de três julgamentos por supostas fraudes fiscais, violação do sigilo de instrução e prostituição de menores (Getty Images)

O ex-chefe de governo italiano atualmente é objeto de três julgamentos por supostas fraudes fiscais, violação do sigilo de instrução e prostituição de menores (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2012 às 08h54.

Roma - O ex-chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, entregou à máfia siciliana "quantias importantes de dinheiro" para garantir sua proteção nos anos 70, informou o Tribunal Supremo em um veredicto publicado nesta quarta-feira pela imprensa.

Neste documento de 146 páginas, Berlusconi é descrito como "uma vítima que atuou por necessidade" e "pagou quantias importantes de dinheiro por sua segurança e a de sua família".

Estas afirmações estão na sentença do Tribunal Supremo, que em março decidiu anular a condenação a sete anos de prisão do senador Marcello Dell'Utri, um colaborador de Berlusconi, pronunciada em 2010 por um tribunal de Palermo. A principal instância judicial italiana considerou que faltavam provas contra o senador e pediu um novo julgamento.

Tribunal Supremo admite, no entanto, em suas conclusões que o senador siciliano "desempenhou o papel de mediador" entre Berlusconi e o crime organizado. Dell'Utri era o "autor de um acordo de proteção e colaboração entre Berlusconi e a máfia", afirma o tribunal.

O senador foi condenado em primeira instância em 2004 a nove anos de prisão por suas relações duvidosas com alguns chefes da máfia siciliana, a Cosa Nostra. Em 2010, o tribunal de apelação de Palermo confirmou a condenação por "cumplicidade com associação mafiosa", mas reduziu a pena a sete anos.

Berlusconi renunciou ao cargo de chefe de Governo em novembro, fragilizado por uma série de escândalos sexuais e pela crise financeira no país.

Atualmente é objeto de três julgamentos por supostas fraudes fiscais, violação do sigilo de instrução e prostituição de menores.

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