Mundo

Bloqueios de apoiadores de Morales causam escassez na capital La Paz

Os bolivianos estão começando a sentir os efeitos colaterais das semanas de tumultos no país sul-americano; há bloqueios em rotas de transporte cruciais

Protestos pró-Morales: manifestantes bloqueiam rotas de transporte cruciais país afora (David Mercado/Reuters)

Protestos pró-Morales: manifestantes bloqueiam rotas de transporte cruciais país afora (David Mercado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 18h38.

LA PAZ - Os bolivianos estão começando a sentir os efeitos colaterais das semanas de tumultos no país sul-americano, já que os bloqueios dos apoiadores do ex-presidente Evo Morales em rotas de transporte cruciais estão agravando a falta de combustíveis e deixando os mercados desabastecidos de produtos básicos.

Em La Paz, a sede do governo, as ruas estão tranquilas porque as pessoas estão economizando gasolina, e a procura de alimentos básicos cria filas. Pessoas se alinhavam com galões de gasolina perto da usina de combustível interditada de Senkata, na vizinha El Alto, nesta terça-feira.

"Infelizmente isso está acontecendo há 3-4 semanas, então as pessoas estão desesperadas para comprar tudo que encontram", disse Ema Lopez, aposentada de 81 anos de La Paz. O país vive transtornos desde a eleição contestada de 20 de outubro.

Daniel Castro, trabalhador de 63 anos que mora na capital, culpa Morales, que renunciou no início deste mês em meio à pressão causada por alegações de fraude eleitoral que surgiram depois que uma auditoria internacional apontou irregularidades sérias na vitória do líder de esquerda.

"É terrorismo alimentar, e é o terrorismo do chefe que já foi embora. Isso é caos, e vocês estão vendo caos na Praça Villarroel (de La Paz) com mais de 5 mil pessoas que estão lá só para escolher uma galinha", disse.

Na semana passada, Morales fugiu para o México, onde denunciou o que qualificou como um golpe da direita. Ele insinuou que pode voltar ao país, mas prometeu não se candidatar a uma nova eleição que o governo provisório tenta organizar.

Desde então, seus apoiadores intensificaram os protestos contra a presidente interina, Jeanine Áñez, pedindo que ela renuncie e que Morales volte. Nove plantadores de coca foram mortos na semana passada durante confrontos com forças de segurança em protestos pelo retorno de Morales.

A Assembleia Legislativa da Bolívia, controlada pelo partido Movimento Ao Socialismo (MAS) de Morales, iria se reunir na noite desta terça-feira, com a expectativa de votação pela rejeição da renúncia de Morales -uma manobra que poderia agravar a instabilidade da nação provocando uma disputa dos dois campos pela Presidência.

Mas parlamentares leais a Morales disseram que a Assembleia, onde são maioria, tinha suspendido a sessão prevista.

 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaCrise políticaDemocraciaEvo Morales

Mais de Mundo

Trump adia o aumento de tarifas para o México por 90 dias

Tarifas de Trump enfrentam teste na Justiça antes do prazo final de 1º de agosto

Trump anuncia acordo com Coreia do Sul para reduzir tarifa de 25% para 15%

Canadá anuncia intenção de reconhecer o Estado palestino em setembro