Um morador de Zibqin caminha sobre os escombros de um prédio destruído pela guerra entre Israel e o grupo islamista xiita Hezbollah (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 6 de abril de 2025 às 20h06.
A defesa civil de Gaza afirmou que bombardeios israelenses em território palestino mataram neste domingo, 6, pelo menos 44 pessoas. O exército israelense relatou o lançamento de cerca de 10 foguetes de Gaza, aos quais Benjamin Netanyahu pediu para responder.
"O saldo dos bombardeios de hoje é de pelo menos 44 mortos, incluindo 21 em Khan Yunis", indicou o porta-voz da defesa civil, Mahmud Bassal, à AFP.
Também foram registrados dezenas de feridos pelos bombardeios israelenses deste domingo.
Um dos ataques matou seis palestinos no bairro de Al Tufah na Cidade de Gaza (norte), onde um grupo de pessoas se reuniu perto de uma padaria, disse Bassal, acrescentando que três crianças estão entre os mortos.
Um funcionário palestino afirmou mais tarde no domingo que as forças israelenses mataram na Cisjordânia um adolescente de nacionalidade americana, enquanto o exército israelense disse que matou uma pessoa que atirava pedras na Cisjordânia.
Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, ordenou uma "forte resposta" ao lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza, segundo seu gabinete.
"O primeiro-ministro deu instruções para realizar uma forte resposta e aprovou a continuação das intensas operações em Gaza contra o Hamas", disse o comunicado.
E acrescentou que Netanyahu conversou com o ministro da Defesa, Israel Katz, de seu avião enquanto viajava para Washington.
O exército israelense informou que "cerca de 10 projéteis" foram lançados de Gaza para Israel em poucos minutos neste domingo, a maioria dos quais foram interceptados.
"Após o som das sirenes entre 21h01 e 21h02 locais [15hH01-15h02 de Brasília] na região de Lakhish (sul), cerca de dez projéteis foram detectados em território israelense vindos da Faixa de Gaza", indicou o exército em nota. "A maioria foi interceptada.”
Em um comunicado, o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, condenou um "assassinato deliberado de crianças" no território palestino devastado e sitiado por Israel há 18 meses.
Amplas colunas de fumaça ergueram-se sobre a Faixa de Gaza, onde vários setores foram bombardeados pelas forças israelenses, segundo imagens da AFP.
Israel atacou Gaza neste domingo deixando dezenas de mortos e feridos de acordo com as autoridades palestinas. O Exército israelense denunciou o lançamento de foguetes contra seu território e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou uma resposta a essas ações.
Israel intensificou seus bombardeios sangrentos e suas operações em terra desde que seu exército retomou em 18 de março a ofensiva em Gaza, após dois meses de trégua e negociações infrutíferas sobre a forma de prolongá-la.
A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes realizado em 7 de outubro de 2023 pelo movimento islamista palestino Hamas contra Israel a partir da vizinha Faixa de Gaza.
Netanyahu disse que deseja acentuar a pressão militar contra o Hamas para alcançar a libertação de dezenas de reféns israelenses sequestrados durante o ataque de 7 de outubro e ainda mantidos em Gaza.
Um bombardeio teve como alvo a casa da família Abu Issa, em Deir al Balah (centro), que foi destruída."Nenhuma pessoa procurada estava lá. Os homens estavam todos na mesquita", afirmou Mohammad al Azaizeh, morador do local.
"Só havia civis, meninos, mulheres e meninas. Um míssil acabou com a casa. Era como uma bomba nuclear", contou.
Quase todos os 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados várias vezes pela guerra e vivem em condições muito difíceis, já que Israel bloqueia a entrada da ajuda humanitária no território.
O ataque de 7 de outubro causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelense, principalmente civis, de acordo com um cálculo da AFP com base em números oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas, 58 ainda estão retidas em Gaza, e 34 estariam mortas, segundo o exército.
A ofensiva israelense lançada em retaliação causou pelo menos 50.695 mortes, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.