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Brasil e EUA trabalharão por encontro de Lula e Trump 'o mais breve possível', diz nota dos governos

O comunicado oficial destaca que os chefes das diplomacias de ambos os países concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 21h03.

Após uma reunião realizada nesta quinta-feira entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, acompanhados do representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, os governos dos dois países divulgaram uma nota conjunta anunciando o início de negociações com o objetivo de iniciar negociações a respeito do tarifaço americano contra produtos brasileiros.

O comunicado oficial destaca que os chefes das diplomacias de ambos os países concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunta. A nota também informa que Brasil e Estados Unidos trabalharão para viabilizar um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

“O secretário Rubio, o embaixador Greer e o ministro Mauro Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunta. Ambas as partes também concordaram em trabalhar conjuntamente pela realização de reunião entre o Presidente Trump e o Presidente Lula na primeira oportunidade possível”, diz o comunicado.

Reunião reservada

Vieira e Rubio tiveram uma conversa reservada de 15 minutos, seguida por uma reunião ampliada com a presença de embaixadores ligados à área econômica do Itamaraty e do representante de Comércio da Casa Branca.

Embora ainda sem data e local definidos, o encontro entre os presidentes Lula e Trump pode ocorrer na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), prevista para o fim deste mês na Malásia.

Entenda a crise entre EUA e Brasil

Os dois chefes da diplomacia buscam solucionar a crise entre os dois países, iniciada após Trump ampliar as taxas de importação sobre o Brasil, que chegaram a 50%, e impor sanções a autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Analistas apontam que esta primeira conversa deve servir para que os dois países coloquem na mesa o que estão dispostos a negociar e, então, planejar os passos seguintes, como os próximos encontros.

"Em uma reunião como essa, todo mundo começa discutindo temas operacionais. Falam quando é que vão encontrar de novo e depois começam a falar sobre os eventuais interesses de um lado e de outro. Normalmente todo mundo é muito cuidadoso", diz Walber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil.

Os americanos estão em posição de superioridade, pois impuseram ao Brasil uma tarifa de 50% em agosto, alegando uma série de motivos. Assim, cabe ao governo brasileiro buscar oferecer contrapartidas para a retirada da taxa ou, ao menos, reduzi-las.

Ao impor a taxa, Trump exigiu que o Brasil retirasse os processos na Justiça contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o líder americano não citou mais ele nas últimas semanas.

O clima mudou após um encontro entre Lula e Trump na ONU, em setembro. Desde então, os dois presidentes falaram diversas vezes que houve "química" entre eles, o que teria aberto as conversas entre os dois governos, que ficaram travadas por meses.

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