Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, durante reunião do Brics (Mauro Pimentel/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 7 de julho de 2025 às 14h58.
Última atualização em 7 de julho de 2025 às 17h34.
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas extras aos países ligados ao Brics.
"Só estou sabendo deste tema agora porque vocês estão me falando. O Brics não deu nenhuma importância", disse Lula, em entrevista coletiva ao final da cúpula do Brics no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 7. Ele disse que os líderes não trataram do tema durante as conversas no evento.
O presidente brasileiro disse ainda considerar "equivocado e irresponsável" tratar do tema em postagens pela internet, em vez de usar fóruns e espaços adequados para debater tarifas comerciais.
"O mundo mudou. Não queremos um imperador. Somos países soberanos", afirmou.
Na noite de domingo, 6, o presidente dos EUA, Donald Trump ameaçou aplicar uma tarifa extra de 10% sobre todos os países que apoiarem o que chamou de “política antiamericana dos Brics”. A medida passaria a valer a partir de 1º de agosto, mas ainda não foi oficializada.
A cúpula do Brics, realizada neste domingo e segunda-feira no Rio de Janeiro, fez uma crítica às tarifas impostas de modo unilateral, em sua declaração final. O texto, no entanto, não cita o líder americano nominalmente. O presidente Lula lidera o bloco em 2025 e é o anfitrião do evento.
Em declarações anteriores, Trump chegou a ameaçar tarifas de até 100% sobre produtos de países que abandonassem o uso do dólar. O Brics tem defendido ampliar as transações em moedas locais, mas ainda está distante de ter uma moeda própria.