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Brics quer mudanças no FMI e no Banco Mundial

Proposta é ampliar participação e cotas de países emergentes no sistema financeiro internacional

As propostas constam da declaração da Cúpula do Brics, realizada neste domingo e na segunda-feira no Rio de Janeiro

As propostas constam da declaração da Cúpula do Brics, realizada neste domingo e na segunda-feira no Rio de Janeiro

Agência o Globo
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Publicado em 6 de julho de 2025 às 17h10.

Última atualização em 6 de julho de 2025 às 17h11.

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Brics condena medidas que restringem o comércio global, a exemplo das tarifas sobre importações impostas pelo governo de Donald Trump, e cobra a reforma do sistema financeiro internacional, com mudanças tanto no Banco Mundial quanto no Fundo Monetário Internacional (FMI) para refletir o "crescente peso" dos países emergentes na economia global.

As propostas constam da declaração da Cúpula do Brics, realizada neste domingo e na segunda-feira no Rio de Janeiro.

Na véspera, os ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do Brics já tinham anunciado acordo em três compromissos na área econômica, incluindo um sobre revisão das cotas dos países em desenvolvimento e mercados emergentes no FMI.

O Banco Mundial e o FMI surgiram com o acordo de Bretton Woods, que organizou a economia mundial após a Segunda Guerra, quando países emergentes e do Sul Global tinham participação reduzida na esfera econômica.

"Pedimos por procedimentos de gestão aprimorados, inclusive por meio de um processo de seleção inclusivo e baseado no mérito, que aumentaria a diversidade regional e a representação dos PDMEs (países em desenvolvimento e mercados emergentes) na liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Grupo Banco Mundial (GBM)", frisa o documento.

A proposta é que as cotas dos países no FMI sejam ampliadas e que a forma de cálculo dessas cotas seja revisada, assim como as participações acionárias de países emergentes no Banco Mundial. A limitação de participação desses países nas duas instituições está entre as razões que levaram à criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como banco do Brics. A meta não era substituir as instituições gestadas por Bretton Woods, mas oferecer uma nova possibilidade de financiamento mais alinhada com as demandas dos países emergentes.

Há destaque ainda para desenvolver sistemas de financiamento em moedas locais, citando o mecanismo de cooperação interbancária do Brics. E sobre a continuidade das discussões sobre a Iniciativa para Pagamentos Transfronteiriços do grupo.

E o documento também reforça a já anunciada criação de um mecanismo de garantia financeira multilateral que poderá ser usado para impulsionar o desenvolvimento sustentável em áreas como transição energética, por exemplo. O objetivo é ampliar o acesso dos países emergentes a recursos, reduzindo o custo de capital ao reduzir riscos financeiros de crédito.

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