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‘Bunker busters’: As superbombas de 13 toneladas dos EUA usadas pela primeira vez no ataque ao Irã

Armas foram projetadas para atingir estruturas subterrâneas extremamente protegidas, como o complexo de Fordo

Ataque dos EUA: O alvo mais importante do ataque foi o complexo nuclear de Fordo (Maxar Technologies/Getty Images)

Ataque dos EUA: O alvo mais importante do ataque foi o complexo nuclear de Fordo (Maxar Technologies/Getty Images)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 22 de junho de 2025 às 08h24.

Última atualização em 22 de junho de 2025 às 08h29.

No ataque realizado ontem contra instalações militares e nucleares do Irã, os Estados Unidos utilizaram um arsenal de alta precisão e potência.

Entre os armamentos empregados, estavam 30 mísseis de cruzeiro Tomahawk e entre ‘cinco e seis’ bombas anti-bunker — super armas projetadas especificamente para destruir alvos subterrâneos.

O alvo mais importante do ataque foi o complexo nuclear de Fordo, uma instalação de enriquecimento de urânio localizada dentro de uma montanha, a cerca de 90 quilômetros ao sul de Teerã. Construída em segredo e revelada ao mundo apenas em 2009, Fordo é considerada uma das instalações nucleares mais protegidas do planeta.

O que é uma bunker buster

O termo bunker buster se refere a bombas capazes de penetrar profundamente no solo ou em fortificações de concreto antes de explodir. Essas armas são usadas para destruir bunkers, centros de comando subterrâneos ou instalações de armas de destruição em massa.

A mais poderosa de todas é a GBU-57 MOP (Massive Ordnance Penetrator), desenvolvida pelos Estados Unidos.

Pesando cerca de 13,6 toneladas e com seis metros de comprimento, a MOP é a maior bomba guiada de precisão do mundo.

Segundo a Força Aérea dos EUA, foi projetada explicitamente para “destruir armas de destruição em massa localizadas em instalações fortemente protegidas”.

Apesar de já estar disponível há anos, nunca havia sido usada em combate antes.

A GBU-57 é capaz de penetrar até 61 metros de concreto ou rocha antes de explodir. Mesmo que partes de Fordo estejam ainda mais profundas, a bomba pode ser lançada repetidamente sobre o mesmo ponto, ampliando sua profundidade com cada detonação sucessiva.

As bunker busters começaram a ser desenvolvidas pelos Estados Unidos no início dos anos 1990, durante a Guerra do Golfo, em resposta à necessidade de atingir bunkers subterrâneos usados pelo regime de Saddam Hussein no Iraque.

A primeira versão notável foi a GBU-28, criada em tempo recorde (menos de um mês) em 1991, com componentes de outras bombas e tubos de canhão reaproveitados. Ela foi usada com sucesso nos últimos dias da guerra para destruir centros de comando enterrados.

Mais tarde, com o avanço das tecnologias de defesa subterrânea — como no caso das instalações nucleares do Irã e da Coreia do Norte —, os EUA desenvolveram bombas ainda mais potentes.

A GBU-57 MOP (Massive Ordnance Penetrator) começou a ser desenvolvida em 2000, com testes a partir de 2007 e entrada oficial no arsenal da Força Aérea dos EUA por volta de 2011.

Como são entregues

A MOP só pode ser lançada a partir de bombardeiros furtivos B-2 da Força Aérea americana. Cada avião pode transportar duas dessas bombas. Com autonomia de voo de até 11 mil quilômetros (ou 19 mil com reabastecimento aéreo), os B-2 voaram diretamente da base de Whiteman, no Missouri, até o Irã para cumprir esse tipo de missão.

Israel também possui bombas de penetração, mas de menor capacidade. As GBU-57 continuam exclusivas dos Estados Unidos, tanto no desenvolvimento quanto na capacidade de entrega.

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