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Capital dos drones: Ucrânia aposta no setor para impulsionar economia pós-guerra

Com produção anual de 2 milhões de drones, empresas ucranianas se unem a start-ups do Vale do Silício para aperfeiçoar aeronaves autônomas; Forças Armadas americanas estudam inclusão no arsenal

Drones ucranianos: como a Ucrânia busca virar referência global após a guerra (AFP)

Drones ucranianos: como a Ucrânia busca virar referência global após a guerra (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de março de 2025 às 07h26.

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Em meio aos avanços nas negociações de paz na Ucrânia, Kiev já tem uma aposta para impulsionar sua economia no pós-guerra: transformar o país na capital mundial dos drones. Apenas no ano passado, foram mais de 2 milhões de drones fabricados — contra 100 mil dos Estados Unidos, segundo estimativas do Departamento de Defesa americano.

Apesar dos recursos limitados, os dispositivos tiveram seu desempenho aperfeiçoado em campo de batalha nos últimos anos, com a vantagem de conseguirem contornar interceptações eletrônicas via rádio ou satélite. De olho nessa movimentação está o Vale do Silício, que quer aproveitar o know-how ucraniano para ampliar seus negócios com vendas ao Pentágono.

A tecnologia de drones nos EUA e na Ucrânia

A tecnologia de drones dos EUA se mostrou uma decepção no campo de batalha. Start-ups americanas investiram bilhões de dólares com a esperança de desenvolver drones pequenos e autônomos para o Pentágono, mas os resultados foram aeronaves caras que não voam bem. Não foram raras as cenas de drones americanos caindo do céu depois de interceptados.

Os drones ucranianos, por sua vez, costumam ser vendidos por um décimo do preço dos americanos, mas seus fabricantes enfrentam um desafio: as restrições às exportações. As empresas estão pressionando Kiev a acabar com a proibição à venda das aeronaves para fora do país, recorrendo a parceiros americanos para isso.

O futuro da exportação de drones ucranianos

Em outubro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o governo estava considerando a possibilidade de exportar armas para os países que forneceram armas à Ucrânia durante a guerra. As rusgas crescentes entre Kiev e Washington, no entanto, podem afetar o esforço, cuja comercialização para os EUA ainda precisa contornar o uso de peças vindas da China.

— As peças que não podemos vender para a Ucrânia porque eles não têm dinheiro, podemos vender para os americanos, europeus ou países bálticos – disse em entrevista ao Wall Street Journal (WSJ) Elena Dushenok, chefe de desenvolvimento da Skyfall, fabricante ucraniana de drones que está buscando uma permissão especial para vendê-los aos EUA.

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