Agência de Notícias
Publicado em 27 de abril de 2025 às 14h20.
Última atualização em 27 de abril de 2025 às 14h51.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, confirmou neste domingo, 27, que o grupo islâmico palestino Hamas "está disposto a libertar todos os reféns" no contexto de uma "solução abrangente" que inclua o fim da guerra em Gaza.
"O Hamas está pronto para libertar todos os reféns em troca de vários prisioneiros, mas sob condições que Israel não parece aceitar", disse Abdul Rahman em uma entrevista coletiva em Doha ao lado de Hakan Fidan, ministro das Relações Exteriores da Turquia.
Ele também alegou que Israel "concentra-se nos reféns sem ter uma visão clara do fim da guerra", de modo que "não há um objetivo comum" entre as partes.
A falta de tal "objetivo comum", de acordo com Abdul Rahman, "diminui as chances (de um acordo)", e por isso "os mediadores estão se esforçando para chegar a uma solução de compromisso e a um objetivo comum das partes".
O catariano, cujo país é um dos principais mediadores no conflito de Gaza, junto com o Egito e os Estados Unidos, disse que os contatos indiretos entre as partes "continuam no Cairo e em Doha" e "nunca cessaram", e que os mediadores "notaram progresso na última quinta-feira", mas não deu detalhes.
Abdul Rahman evitou responder claramente a uma pergunta relacionada aos relatos que circularam nas últimas horas de que o Hamas estaria disposto a libertar todos os reféns, controlar Gaza e se desarmar em troca de uma trégua prolongada de até cinco anos.
"Com relação à proposta do Hamas, ela está sobre a mesa (...) eles disseram publicamente que estão prontos para libertar todos os reféns, mas como você sabe, as negociações têm sua própria dinâmica", declarou.
"Essa guerra deve ser interrompida, isso é necessário, e os reféns devem ser libertados. Estamos fazendo o possível para que o acordo seja o mais abrangente possível e não em fases", acrescentou o premiê do Catar.
Uma delegação do Hamas teve "conversas intensas" com mediadores no Cairo no sábado, naquela que foi sua segunda visita ao Egito em quatro dias, disse o grupo em um comunicado.
No entanto, uma fonte egípcia disse à Agência EFE no domingo, sob condição de anonimato, que o Hamas não fez nenhuma referência à última proposta do Egito, que inclui a libertação dos reféns e um acordo de cessar-fogo de longo prazo com garantias internacionais em troca do desarmamento do grupo islâmico.
A fonte não descartou a possibilidade de que o Hamas "concorde em retirar seus combatentes de Gaza assim que o cessar-fogo entrar em vigor, com a garantia de que eles não serão perseguidos", além de renunciar ao controle da Faixa de Gaza após quase 18 anos de domínio.