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Cazaquistão lamenta confronto dentro da ONU por conflito sírio

Para o ministro das Relações Exteriores cazaque, "a aberta de um confronto em seu seio (...) não ajuda a diminuir a tensão do conflito"

ONU: país continuará "com seus esforços dirigidos a resolver o conflito na Síria" (Umit Bektas/Reuters)

ONU: país continuará "com seus esforços dirigidos a resolver o conflito na Síria" (Umit Bektas/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 10h11.

Moscou - O confronto entre diferentes países no seio do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) dificulta a resolução do conflito sírio, lamentou o ministro das Relações Exteriores cazaque, Erlan Idrissov, em entrevista publicada nesta segunda-feira pela agência russa "RIA Novosti".

"O conflito sírio é um dos temas da atualidade na agenda do Conselho de Segurança da ONU. Infelizmente, a aberta de um confronto em seu seio entre os países interessados não ajuda a diminuir a tensão do conflito e a conseguir a estabilidade para toda a região do Oriente Médio", advertiu Idrissov.

O Cazaquistão, que entre 2017 e 2018 participará do Conselho de Segurança como membro não-permanente, continuará "com seus esforços dirigidos a resolver o conflito na Síria", acrescentou o chefe da diplomacia cazaque.

"Acreditamos que os esforços diplomáticos devem ser a única via para encontrar uma solução ao conflito", ressaltou.

O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, apoiou a proposta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de realizar em Astana uma rodada de negociações entre o governo e a oposição sírios, uma iniciativa que completaria o processo de paz aberto em Genebra com mediação da ONU.

O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, afirmou que a proposta da Rússia, também apoiada pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, não interfere no processo de paz que a organização patrocina, mas "o complementa".

Por outro lado, Idrissov lamentou que os Estados Unidos tenham suspendido a cooperação com o governo em Moscou sobre a Síria.

"Acreditávamos que os acordos alcançados entre Rússia e Estados Unidos poriam fim à ameaça terrorista que sai desse país e permitiriam coordenar a entrada de ajuda humanitária", apontou o ministro.

O Cazaquistão, reforçou ele, considera importante "manter os contatos existentes e restabelecer o nível de cooperação entre Rússia e Estados Unidos".

"Neste momento, dezenas de milhares de radicais de países do Oriente Médio, da Ásia e da Europa, entre eles cidadãos da Rússia e do Cazaquistão, combatem do lado dos terroristas na Síria e no Iraque. É óbvio que alguns planejam voltar à sua pátria para propagar ideias extremistas e recrutar novos membros", advertiu Idrissov.

Este argumento deve ser suficiente "para alertar à comunidade internacional e obrigá-la a se unir na luta contra esta ameaça", concluiu.

O Cazaquistão, consciente desta realidade, faz tudo o que está ao seu alcance para contribuir para essa união e por isso, entre outros motivos, ajudou no restabelecimento da amizade entre Rússia e Turquia quando esses dois países congelaram as relações depois que Ancara derrubou um caça turco na fronteira síria, explicou o diplomata.

"As relações russo-turcas depende da efetividade da luta internacional contra o terrorismo", afirmou Idrissov, que lembrou que enquanto Rússia é para o Cazaquistão "um vizinho e um parceiro econômico importante", a Turquia é "um país-irmão, unido por raízes comuns".

Nazarbayev interveio pessoalmente e aproveitou suas excelentes relações com Putin e Erdogan com o objetivo de ajudar os dois países a superar o conflito.

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