Mundo

Chávez e Santos confirmam boa relação e firmam acordo comercial

Os presidentes latino-americanos assinaram uma dezena de acordos nas áreas de energia, petróleo, construção, habitação e agricultura

Reunidos no Palácio Presidencial de Miraflores, Santos (E) e Chávez assinaram um acordo de preferências tarifárias
 (Juan Barreto/AFP)

Reunidos no Palácio Presidencial de Miraflores, Santos (E) e Chávez assinaram um acordo de preferências tarifárias (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2011 às 07h40.

Caracas - Os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e Colômbia, Juan Manuel Santos, confirmaram nesta segunda-feira ter superado a crise entre os dois países, com um esperado acordo comercial firmado em Caracas e a promessa de combate a qualquer grupo ilegal colombiano no território venezuelano.

Reunidos no Palácio Presidencial de Miraflores, os dois líderes assinaram um acordo de preferências tarifárias que regerá o intercâmbio comercial bilateral, fixado durante 40 anos pelas normas da Comunidade Andina de Nações (CAN).

O objetivo do acordo é "acabar com as barreiras tarifárias sobre os produtos onde podemos ter um impacto no volume do comércio, com o objetivo de incrementá-lo", disse Santos ao final do encontro com Chávez.

Os dois países negociaram durante os últimos meses este convênio de alcance parcial com base na Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), após a Venezuela abandonar a CAN, em abril, para protestar contra os tratados de livre comércio da Colômbia com Estados Unidos e Peru.

Chávez destacou que o encontro com Santos é para a Venezuela "um dos mais importantes e mais prioritários na política externa", e convidou Santos, um liberal aliado de Washington, a se tornar com ele um exemplo de cooperação, "independentemente" de suas posições políticas.

"Não podemos cair na emboscada. Temos que nos manter impertubáveis e não permitir sair dos trilhos", disse Chávez sobre as relações bilaterais.

"Aqui na Venezuela, meu governo não apoia, avaliza ou permite a presença de qualquer grupo ilegal, seja chamado de guerrilha, terrorista, narcotráfico, delinquente ou outra coisa", afirmou Chávez, que rompeu relações com o governo colombiano ao ser acusado pelo então presidente, Alvaro Uribe, de permitir a presença de membros da guerrilla das Farc no território venezuelano.


A visita foi marcada pelo anúncio da captura do traficante colombiano Maximiliano Bonilla Orozco ("El Valenciano") na Venezuela, o que Santos agradeceu pessoalmente a Chávez.

Santos foi acompanhado de uma ampla comitiva, e assinou uma dezena de acordos nas áreas de energía, petróleo, construção, habitação e agricultura.

Colômbia e Venezuela adotaram ainda uma "carta compromisso" para promover a construção de um oleoduto de 3.000 km entre a faixa petrolífera do rio Orinoco, na Venezuela, até o porto de Tumaco, sobre o Pacífico colombiano; e outros dois acordos para ampliar as redes de gasodutos de ambos países para Panamá e Equador.

As estatais Petróleos de Venezuela e Ecopetrol acertaram ainda analisar em conjunto a exploração de três campos de petróleo na zona da fronteira comum.

O ministro venezuelano da Energia, Rafael Ramírez, revelou que os dois governos firmarão em 15 de dezembro uma ampliação, de três anos, para o envio de gás colombiano à Venezuela. "Pensamos em uma quantidade fixa de 150 milhões de pés cúbicos por dia".

Santos e Chávez voltarão a se encontrar na próxima sexta-feira, na inauguração da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Caracas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaComércioComércio exteriorDiplomaciaVenezuela

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'