Agência de Notícias
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 12h15.
Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 13h30.
O chefe da missão diplomática dos Estados Unidos na Colômbia, John McNamara, classificou nesta quarta-feira como "delicado" o momento da relação entre os dois países.
A afirmação foi feita em um evento da Câmara Colombiano-Americana (AmCham Colômbia) e dias depois de o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, excluir a Colômbia de sua lista de países que cumpriram nos últimos 12 meses com o combate ao narcotráfico.
"De fato, estamos em uma encruzilhada", frisou McNamara.
"O caminho que escolhermos, juntos ou separados, terá profundas consequências para ambos os países. Apesar das diferenças em alguns temas significativos que nos dividem, minha voz e voto estão destinados a fortalecer conjuntamente nossos esforços para superar os desafios comuns e aproveitar as oportunidades que se apresentam", declarou.
Apesar da retirada da Colômbia da lista dos EUA de países que não fizeram o suficiente no último ano na luta contra o narcotráfico, o governo americano decidiu manter a assistência ao país sul-americano ao considerar que é "vital para os interesses nacionais dos Estados Unidos", segundo um comunicado do Departamento de Estado.
Nesse sentido, McNamara ressaltou que a Colômbia, "como país soberano" e "por meio de seus líderes eleitos, deve decidir o caminho que prefere seguir".
"Tomara que seja o caminho conjunto com seu aliado histórico, com quem compartilha valores democráticos há mais de 200 anos. No entanto, em última análise, a decisão caberá ao senhor presidente Gustavo Petro, juntamente com seus ministros e assessores", acrescentou.
A Colômbia é o principal produtor mundial de cocaína e, segundo o último relatório anual do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Unodc), concentra 253 mil dos 376 mil hectares de plantações de coca no mundo, ou seja, dois terços.
Em seu relatório anual, o Departamento de Estado dos EUA apontou que, "na Colômbia, as plantações de coca e a produção de cocaína aumentaram para níveis recordes durante o governo do presidente Gustavo Petro, e suas tentativas fracassadas de chegar a acordos com os grupos narcoterroristas apenas exacerbaram a crise".
A relação da Colômbia com os Estados Unidos tem sofrido sobressaltos desde janeiro, quando surgiu um início de crise diplomática pela decisão de Petro de não permitir a entrada no país de dois aviões com imigrantes ilegais deportados pelos EUA, alegando que eles não recebiam um tratamento "digno".
Após a ameaça de Trump de responder a esse desafio com a imposição de tarifas aos produtos colombianos, a situação se acalmou, mas ao longo do ano surgiram mais atritos entre os dois governos por diferenças políticas e ideológicas.
Nesse sentido, McNamara pediu ao governo colombiano para "reduzir de maneira urgente e decisiva as plantações ilícitas de coca", e maiores esforços para apreender drogas.